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Coronavirus

'Não acho que foi má-fé, foi engano', diz Guedes sobre avaliação de que não haveria 2ª onda

Ministro participou na manhã desta terça (1°) de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara para falar sobre os cortes orçamentários das universidades públicas brasileiras

Ministro da Economia, Paulo GuedesMinistro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Washington Costa/Ascom/ME

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou, nesta terça-feira (1º), que os governos, sem especificar quais, não calcularam bem o impacto da pandemia de Covid-19, mas negou que isso tenha ocorrido por má-fé, e sim por engano.

Guedes participou na manhã desta terça de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara para falar sobre os cortes orçamentários das universidades públicas brasileiras.

Na avaliação do ministro, houve um "repasse brutal de recursos" aos governos regionais durante a pandemia em 2020. "Nós terminamos o ano, todos os governos tiveram recorde de caixa, pagaram fornecedores, botaram tudo em dia. E eu não acho que foi por maldade", disse.

"Eu acho que havia uma percepção de que a onda tinha ido embora, a pandemia estava recuando, tanto que nós fizemos eleições em outubro, segundo turno em novembro, houve celebração de Natal, os hospitais de campanha foram desarmados. Eu não acho que foi ma-fé, foi um engano, veio depois uma segunda onda."

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em maio, o ministro chegou a atribuir os problemas observados na chegada da segunda onda ao ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, que deixou o governo em abril de 2020. Segundo ele, a previsão do governo era que a pandemia iria ceder no encerramento do ano.

Na entrevista, ele ainda atribuiu o atraso na reedição de medidas emergenciais em 2021 às decisões políticas. "O timing de tudo que acontece em Brasília quem dá é a política. Por que o auxílio emergencial só foi renovado depois que a eleição da Câmara foi resolvida? É a política. É culpa dos políticos? Não, ninguém tem culpa. É assim", disse na ocasião.

O ministro atribuiu à política os cortes no Orçamento que reduziram os recursos da Educação.

"Na verdade, quem faz os cortes, quem executa o orçamento é a política. A política vai fazendo as decisões e à medida que as decisões vão inflando esse orçamento...o que estava acontecendo era a elaboração do primeiro orçamento conjunto, onde o governo tem uma base de sustentação parlamentar e começou a desenhar o orçamento junto, usando essas emendas, só que houve um excesso."

Nesta terça, a presidente da Comissão de Educação, deputada Professora Dorinha (DEM-TO), criticou o ministro por atribuir as decisões Orçamentárias ao Congresso. Segundo ela, definições sobre cortes de recursos, inclusive a que eliminou a verba para o Censo populacional, foram feitas pelo governo.

"Existe uma maioria consolidada dentro desta Casa. Portanto ninguém tem a incompreensão de imaginar que a política é um ser adverso, que paira como fantasma em todos os lugares", disse. "A política se constrói a partir de imposições políticas, e, neste caso, o governo tem uma base consolidada. Nós estamos aqui no dia a dia. Portanto não é a política como uma figura amorfa. Existem escolhas e prioridades", afirmou a deputada.

Na audiência, o secretário Ariosto Antunes Culau (Orçamento Federal) afirmou que, nos próximos dias, seriam desbloqueados recursos da educação, da ordem aproximada de R$ 900 milhões. "Isso já está no forno, para que nós possamos, nos próximos dias, trazer aqui a ampliação", afirmou.

Na audiência, após um parlamentar sugerir que o governo faça um programa de refinanciamento de dívidas do Fies (financiamento estudantil), Guedes afirmou que concorda com a ideia.

"É evidente pelas minhas observações anteriores que eu tenho simpatia por essa conversa e nós devíamos prosseguir nessa mesma comissão sobre esse assunto", disse.

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