Não devemos desistir de aprovar um acordo entre UE e Mercosul, diz Haddad
Ministro da Fazenda participou de evento nesta quarta-feira com o presidente francês Emmanuel Macron
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a aprovação de um acordo entre União Europeia e Mercosul, que seja "equilibrado" e benéfico para os dois lados. Haddad participou, nesta quarta-feira, do Fórum Econômico Brasil-França, evento que contou com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, que tem resistido ao avanço das negociações entre os blocos.
— É verdade que perdemos uma oportunidade no ano passado, mas nós não devemos desistir desse acordo. Se foi possível aprovar uma Reforma Tributária depois de 40 anos, por que não, depois de 20 anos, aprovar um bom acordo para a União Europeia e o Mercosul? — afirmou o ministro.
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O Brasil tinha uma expectativa que o acordo pudesse avançar durante a reunião do Mercosul em dezembro do ano passado, o que não aconteceu. Na França, Macron sofre pressão interna, especialmente de produtores agrícolas locais, contra a parceria com o bloco latino-americano.
Na Fiesp, Haddad acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem investido "muito do seu tempo" em uma nova aproximação com a União Europeia. O ministro acrescentou que "essa é uma oportunidade que precisa ser mais explorada":
— Eu entendo que deveríamos explorar ao máximo as oportunidades de um intercâmbio maior entre União Europeia e Mercosul. Nós temos tempo ainda. — acrescentou.
"É possível crescer sem inflação"
A uma plateia de empresários brasileiros e franceses, o ministro também ressaltou os bons resultados da economia, e voltou a sinalizar um reajuste na expectativa do governo para o crescimento do PIB este ano, apontando para um patamar de crescimento de ao menos 2,5%.
A projeção atual da Fazenda está em 2,2%. Ele também ressaltou que a recuperação econômica no país vem acontecendo sem fazer com que a inflação saia do controle.
— Nós devemos mais uma vez surpreender as projeções do mercado e devemos crescer um ponto. O detalhe é que estamos fazendo isso com a inflação em baixa, não em alta. Entendemos que, em 2024, não será diferente.
Haddad lembrou que as projeções de inflação, no início do ano passado - que estavam em torno de 6% - não se concretizaram. Ele também comemorou os resultados do Caged, divulgados nesta quarta-feira, que mostraram criação de 306,1 mil vagas de emprego em fevereiro.
— Uma economia pode crescer com baixa inflação. Sei que muitos economistas discordam disso, mas já provamos que isso é possível.
Haddad acrescentou que o Brasil "está em um bom momento" e defendeu a redução dos juros no país. Ele afirmou que o país "vai decolar com segurança" quando os "ventos dos juros internacionais"chegarem no país.