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"Não existe mais espaço para juros subsidiados no BNDES", diz CEO da Simpar

A avaliação é do presidente da Simpar, Fernando Simões, holding que administra as empresas como CS Brasil e CS Infra

BNDESBNDES - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Não existe mais espaço para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereça juros subsidiados a determinados setores da economia como o governo federal fez no passado. Só grandes empresas tiveram acesso a esse crédito com custo mais baixo e o próprio governo reconheceu isso.

A avaliação é do presidente da Simpar, Fernando Simões, holding que administra as empresas JSL, Movida, Vamos, CS Brasil, CS Infra, Automob e BBC Digital.

- Não foi sadio. O próprio governo reconheceu isso. Só grandes empresas tiveram acesso a esse crédito, enquanto caminhoneiros não tiveram acesso - Disse Simões durante almoço com jornalistas nesta quarta-feira.

O BNDES concedeu no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) juros subsidiados pelo Tesouro Nacional para compra de caminhões no governo da presidente Dilma Rousseff. O mercado teme que neste terceiro governo do PT, o banco de fomento volta a praticar essas linhas de crédito acabando com a Taxa de Longo Prazo (TLP), criada em 2018 e alinhada com juros do mercado, retomando a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que era determinada pelo governo.

A indicação de Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES levantou esse receio no mercado.

Simões, entretanto, avalia que o governo, em algum momento, poderia criar um plano de incentivo para a renovação da frota de caminhões no Brasil. Por aqui, a idade média desses veículos é de 20 anos, muito maior do que em outros países.

Mesmo assim, "como brasileiro e empresário" Simões refuta qualquer incentivo tributário para determinados setores da indústria. No governo Lula, em 2009, houve redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, prática repetida pelo atual governo de Jair Bolsonaro este ano.

Em relação ao novo governo de Lula, que toma posse em janeiro, Simões defende que seja levada adiante uma Reforma Tributária que simplifique o pagamento de impostos no país. Além disso, afirmou, independente do governo, é preciso que o controle fiscal sempre esteja na pauta.

- Não queremos pagar menos imposto. Queremos uma reforma que simplifique o pagamento de tributos no país. Com essa simplificação, mais gente paga imposto. Hoje, temos uma quantidade grande de impostos, mas muita gente não paga. É um sistema complexo - declarou Simões.

Para Simões, a desigualdade social não pode ser atacada apenas com benesses e a simplificação de impostos seria benéfica para a sociedade, fomentando o emprego.

- A expectativa é que o novo governo consiga fazer (a reforma tributária), ao levar pessoas competentes - afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nomeou o economista Bernard Appy para a secretaria especial de Reforma Tributária e declarou que está será a prioridade número 1 do novo governo para 2023.

Com 40 mil funcionários, a Simpar teve lucro líquido consolidado de R$ 111 milhões, no terceiro trimestre deste ano, uma retração de 72% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado foi impactado pela alta de juros. Já a receita teve forte expansão no período, atingindo R$ 6,9 bilhões no trimestre, alta de 74,4% na comparação anual. A Simpar prevê investimentos de até R$ 12 bilhões este ano.

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