"Não precisa ouvir só a Faria Lima", diz Lula a agências de classificação de risco em NY
Na segunda-feira, o presidente se encontrou com representantes da Standard & Poor's e Moody's
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que conversou com representantes de agências de risco em Nova York para que eles não ouçam apenas representantes da Faria Lima e empresários.
Em conversa com jornalistas em Nova York antes de retornar a Brasília, Lula disse que as agências "tem sido decentes", mas que o próprio presidente quis mostrar dados da política econômica do Brasil:
— Chamei as agências pelo seguinte, que é importante que vocês saibam da boca do presidente da República o que está acontecendo naquele país, não precisa ouvir só a Faria Lima, não precisa ouvir só os empresários, ouça os trabalhadores e o presidente da República. E eles tem sido decentes, tem conversa com ministro da Fazenda, o Haddad, conversado com as pessoas do Tesouro. Mas eu quis mostrar um pouco para eles o que está acontecendo no Brasil — disse Lula em coletiva de imprensa em Nova York.
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Na manhã de segunda-feira, Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontraram com representantes das agências Standard & Poor's e Moody's. Lula pediu a equipe econômica um acompanhamento do cronograma das agências para a possível recuperação do Brasil do grau de investimento.
Em coletiva de imprensa em Nova York, Lula explicou o motivo pelo qual pediu o encontro e seu compromisso em fortalecer a política fiscal implementada por Fernando Haddad:
— Chamei as agências para conversar porque essas agências têm um histórico no Brasil, vão sistematicamente ao Brasil, tem escritório no Brasil, em São Paulo, no Rio de Janeiro, elas pesquisas. E eu brinquei com eles dizendo que sou tão azarado nesse negócio que nunca respondi uma pergunta sequer eleitoral, nunca encontrei ninguém que me parasse na rua e perguntasse em quem eu ia votar.
Em maio, a Moody's mudou avaliação sobre a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva".
Em seu comunicado, a agência justificou a alteração na perspectiva do crescimento do país, após "reformas estruturais" e "salvaguardas institucionais".
Em dezembro do ano passado, logo após a aprovação da reforma tributária, a Standard & Poor´s elevou a nota de crédito do Brasil.