Agronegócio

No Sertão de Pernambuco, projeto investe no cacau plantado à sombra dos coqueiros

A Kero Coco, do Grupo PepsiCo, está levando inovação para o município de Petrolina. Empresa está cultivando cacau entre os coqueiros na sua fazenda

Cultivo de cacau em meio aos coqueiros, na fazenda da Kero Coco, em Petrolina, Sertão de PernambucoCultivo de cacau em meio aos coqueiros, na fazenda da Kero Coco, em Petrolina, Sertão de Pernambuco - Foto: Divulgação

Com o sol intenso, em pleno sertão pernambucano, um projeto de plantio diversificado está levando inovação para a região: o cultivo do cacau em meio à cultura de coco-verde. Em sua fazenda localizada na cidade de Petrolina, a Kero Coco, água de coco do grupo PepsiCo, iniciou a plantação de cacau entre os coqueiros. O projeto prevê crescimento econômico para os agricultores e ganhos sustentáveis ao local.

Oriundo da Floresta Amazônica, o cacau precisa de sombra para se frutificar. Para isso, a Kero Coco estudou e está desenvolvendo os cacaueiros nas sombras dos coqueiros. Alguns formatos estão sendo testados na fazenda, de duas ou quatro plantas de cacau para cada sombra de coqueiro. A expectativa de produção do cacau é de 140 arrobas por hectare, sendo 800 plantas por hectare. A estimativa é de que o cultivo do cacau esteja dando resultado entre dois e três anos.

“Plantamos agora 30 hectares de cacau na fazenda e já estamos com projeto de expansão. A partir do próximo ano queremos plantar mais 20 hectares, distribuídos nas áreas dos agricultores parceiros da Kero Coco. O cacau tem alto valor agregado e a ideia é que possamos utilizá-lo para a linha de achocolatados da PepsiCo”, ressaltou Ricardo Galvão, diretor de Agronegócio da PepsiCo Brasil, durante visita à fábrica, em Petrolina.

Ricardo Galvão, diretor de Agronegócio da PepsiCo BrasilRicardo Galvão, diretor de Agronegócio da PepsiCo Brasil. Foto: Divulgação

Ganhos econômicos

O projeto do cacau chega também para fixar o agricultor na cultura do coco. “O agricultor colhe o coco uma a duas vezes por mês e no restante dos dias ele faz a manutenção do plantio, seja de adubação, contagem e mais técnicas. Então a ideia é que neste período de manutenção o agricultor possa também cuidar da cultura do cacau”, explicou Ricardo Tinoco, gerente de Agronegócio da PepsiCo Brasil.

Essa nova cultura deve gerar um incremento de 60% no faturamento dos agricultores. “A PepsiCo vai garantir a compra do cacau do agricultor, assim como a empresa já faz no contrato de coco-verde. São agricultores familiares, em sua maioria de pequeno porte, que poderão ampliar sua rentabilidade”, acrescentou Tinoco. Os agricultores são oriundos de Pernambuco, Bahia e Ceará.

Ricardo Tinoco, gerente de Agronegócio da PepsiCo BrasilRicardo Tinoco, gerente de Agronegócio da PepsiCo Brasil. Foto: Divulgação

Inovações na cultura do coco

Primeira marca de coco envasado no Brasil, a Kero Coco surgiu em 1995 e foi adquirida pela PepsiCo Brasil em 2009. Ao longo dos anos a empresa tem buscado melhorar a produtividade na cultura do coco-verde a partir de novas tecnologias e boas práticas agrícolas. As fazendas próprias da Kero Coco são responsáveis por 25% do volume do coco produzido e os 75% são oriundos dos agricultores parceiros. Ao todo são 90 agricultores contratados a partir de um modelo de negócio que garante a compra dos cocos.

Entre as inovações implantadas na fazenda está o programa de manejo de irrigação. A partir de uma plataforma, a empresa consegue acompanhar informações importantes, como clima da região, a previsão de chuvas, a área da fazenda onde está precisando irrigar, os milímetros precisos para irrigar, entre outros dados. “Uma estação meteorológica construída na nossa fazenda passa todas as informações de clima, tempo, chuvas, e essa plataforma consegue apontar como deve ser nossa irrigação. Com isso, reduzimos em 30% a utilização de água no plantio”, explicou Ricardo Galvão.

Cultura do coco-verde na fazenda da Kero Coco, em Petrolina Cultura do coco-verde na fazenda da Kero Coco, em Petrolina. Foto: Divulgação

Outro processo que resultou em melhorias para a produção foi o novo corte do coco. Hoje, o cacho do coco é retirado do coqueiro com um instrumento cortante e antes do coco bater no chão, um colchão é colocado embaixo, por um funcionário, para amortecer a queda e não permitir que os cocos fiquem rachados. Antes, eram produzidos 1268 litros por pessoa ao dia e, depois desse processo, são 2405 litros por pessoa ao dia.

As fazendas da Kero Coco somam 650 hectares de área total e 510 de área plantada. Ao juntar a produção na própria empresa e a produção dos agricultores parceiros, são cerca de 33 milhões de litros de água de coco por ano.

Em sua linha de produção na fábrica, a Kero Coco envasa água de coco em três tamanhos de embalagens: 200 ml, 330 ml e 1 l. O processo passa por equipe de segurança e qualidade para garantir o sabor de forma saudável.

Fábrica da Kero Coco, em PetrolinaFábrica da Kero Coco, em Petrolina. Foto: Divulgação

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