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BRASIL

Nova regra do mínimo: governo espera poupar R$ 109,8 bi em 5 anos com aposentadorias e benefícios

Economia equivale a cerca de um terço do impacto total previsto pelo pacote de corte de gastos até 2030

Banco central: dinheiro esquecidoBanco central: dinheiro esquecido - Foto: Divulgação

As mudanças nas regras do reajuste do salário mínimo vão resultar em uma economia de R$ 109,8 bilhões em despesas com aposentadorias e benefícios até 2030, de acordo com os cálculos do governo. A medida faz parte do pacote de corte de gastos anunciado nesta quinta-feira em entrevista coletiva.

Essa é uma das principais medidas do pacote de contenção de despesas anunciado, uma vez que o mínimo é referência para diversos benefícios, como a aposentadoria, o abono salarial e seguro-desemprego.

A economia prevista com a alteração das regras equivale a cerca de um terço da projeção total de economia com o conjunto de medidas até 2030, que é de R$ 327,1 bilhões.

Segundo os cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa de aproximadamente R$ 392 milhões.

A nova regra proposta é de que valorização real do piso nacional será limitada ao intervalo de 0,6% a 2,5% ao ano, assim como teto de gastos do arcabouço. O projeto será enviado ao Congresso e precisa ser aprovado na Câmara e Senado para virar lei.

Veja a previsão de economia por ano:

2025: R$ 2,2 bilhões

2026: R$ 9,7 bilhões

2027: R$ 14,5 bilhões

2028: R$ 20,6 bilhões

2029: R$ 27,8 bilhões

2030: R$ 35 bilhões

Em entrevista nesta quinta-feira, o ministro Fernando Haddad garantiu que o salário mínimo vai continuar tendo um ganho acima da inflação. Será usado o INPC acumulado até novembro para fazer a correção.

— Mas vai estar condicionado ao espaço do arcabouço fiscal entre 0,6% e 2,5%. Isso significa que o salário mínimo pode subir a 0,6% até em recessão. Mas, ao mesmo tempo, se tiver crescimento do PIB muito grande, vai limitar. Isso vai dar conforto para o (Ministério do) Planejamento elaborar a peça orçamentária com mais previsibilidade e de manter as despesas discricionárias, no mínimo, no nível atual ou, se tiver boa gestão, aumentar para investimentos. O objetivo dessa medida é circunscrever as despesas obrigatórias ao arcabouço fiscal — disse Haddad.

No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a regra que atualiza o valor do mínimo pela inflação do ano anterior e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, que havia sido interrompida por Jair Bolsonaro. Para 2025, o percentual do PIB considerado seria de 2,9%, crescimento do ano de 2023.

Já o limite de gastos do arcabouço tem expansão anual real entre 0,6% e 2,5%, a depender do comportamento da arrecadação em 12 meses até junho do ano anterior

No caso do ano que vem, o teto será reajustado em 2,5%. A ideia não é mudar para o salário mínimo a mesma regra do arcabouço, mas estabelecer que o piso nacional não poderá subir menos de 0,6% ou mais de 2,5%. Dessa forma, a diferença entre o ganho real em 2025 seria de 0,4 ponto percentual — de 2,9% para 2,5%. O impacto é de R$ 2,5 bilhões.

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