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Novas denúncias de assédio contra presidente da Caixa surgem após divulgação de primeiros casos

"Mesmo eu me afastando ele procurava a minha perna", diz servidora concursada que decidiu dar depoimento após primeiras acusações se tornarem públicas

Pedro Guimarães, ex-presidente da CaixaPedro Guimarães, ex-presidente da Caixa - Foto: Marcos Corrêa/PR

Mais mulheres estão tomando coragem de denunciar, nesta quarta-feira (29), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por assédio sexual depois que os primeiros casos vieram á tona pelo site “Metrópoles”, muitos deles já investigados pelo MInistério Público Federal. Os novos depoimentos reforçam a forma de atuação descritas nos primeiros casos q ue se tornaram públicos.

Pedro Guimarães oficializou, nesta quarta-feira, (29) o pedido de demissão após as denúncias. 

Uma nova testemunha ouvida pelo Globo, sob anonimato, relata ter sofrido assédio sexual na sala do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, no prédio sede em Brasília. Ela conta também que isso aconteceu em uma viagem de Guimarães. Sob anonimato, a funcionária disse que teve três encontros na sala dele.

No primeiro, em que foi nomeada para um projeto, havia outra pessoa na sala e a reunião foi tranquila. Depois, disse, eu recebi um convite dele, perguntando o que eu tinha achado da reunião, do desafio de assumir aquele projeto, que a gente precisava conversar sobre a minha carreira.

- No primeiro contato, quando me nomeou para um projeto importante na Caixa, havia uma pessoa na sala. Da segunda e terceira, não havia e ele abraçou - disse a funcionária, acrescentando:

- Diante das coisas que a gente escuta, eu ainda tive sorte porque ele só me abraçou, não tocou nas minhas partes íntimas", relatou a funcionária.

Ela disse acreditar que ele não avançou mais porque estava no início da gestão, "tinha um pouco de freio". A abordagem dele era sempre a mesma:

- Ele falava gosto de você, você confia em mim? posso confiar em você, prezo muito pela lealdade. As frases são sempre as mesmas - disse a funcionária.

Ela destacou que Guimarães usa o trabalho como uma forma de camuflar:

- Ele deixava a porta aberta, só que ia para um lugar onde não tinha visibilidade e ali gente sentava, no cantinho da mesa, se levantava e como se fosse uma contemplação, na sala dele há várias obras de arte, uns quadros, ele te abraçava.

O assédio aconteceu também uma uma viagem para acompanhar Guimarães:

- Tive que fazer uma viagem e nessa viagem, eu tive um momento com ele, apesar de eu conhecer e evitar ficar perto, ele passava a perna na minha perna e mesmo eu me afastando ele procurava a minha perna. Não só dentro da sala dele, mas na viagem também, como aconteceu com várias outras mulheres. Isso envergonha a gente, destrói a autoestima.

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