EDUCAÇÃO

Novo instituto federal no Recife poderá ser em prédio histórico retrofitado, diz João Campos

Prefeito também aproveitou para destacar a relevância do Embarque Digital, maior programa de formação do ensino superior em tecnologia do Brasil

João Campos participou da abertura do Encontro Conecta Recife 2024João Campos participou da abertura do Encontro Conecta Recife 2024 - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

No que depender do prefeito João Campos (PSB), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia a ser construído no Recife, anunciado nesta terça-feira (12), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, poderá ser em um prédio histórico retrofitado no centro do Recife. O gestor, no entanto, não detalhou qual prédio seria o alvo da iniciativa.

O prefeito não compareceu ao anúncio, em Brasília, porque já havia agendado participação na abertura do Encontro Conecta Recife 2024. O evento, que prossegue até amanhã, está sendo realizado no Mirante do Paço, no Bairro do Recife, e deve reunir cerca de 500 empresários do setor de tecnologia, gestores públicos, estudantes e professores para discutir inovação e soluções tecnológicas para gestão municipal.

“O meu desejo é que a gente possa pegar um prédio histórico que está sem nenhum uso, abandonado, em péssima situação estrutural e que a Prefeitura do Recife, junto com o Governo Federal, faça o retrofit, e que esse centro de formação e ensino técnico tenha o caráter específico na área de tecnologia”, adiantou o prefeito.

Embarque digital

João Campos também aproveitou para destacar a relevância do Embarque Digital, maior programa de formação do ensino superior em tecnologia do Brasil. “A gente duplicou o número de vagas de ensino superior em tecnologia do Brasil, fruto de um programa da Prefeitura do Recife de R$ 30 milhões; duas mil bolsas exclusivas para jovens que foram de escolas públicas, para a gente poder mudar a realidade de uma sala de trabalho de tecnologia”, explicou o prefeito.

João ressaltou, também, que as salas de aula da área de tecnologia não podem ser ocupadas apenas por homens, jovens, brancos, de classe alta. “Que elas (as salas de aula) possam ser ocupadas por jovens, periféricos, mulheres, pretos, pardos, que estudaram em escola pública, e com isso a gente democratize o acesso e aumente a renda média da nossa cidade através da educação”, revelou ele.

Ensino técnico

Em seu discurso, o prefeito relembrou dois feitos dele quando ainda era deputado federal: o marco legal do ensino técnico do Brasil, criado por ele, e marco legal das startups, em que foi coautor. O marco legal do ensino técnico permite, segundo o prefeito, que estudantes possam utilizar os créditos do ensino técnico no ensino superior para que se possa ter uma formação integrada entre ambos.

“É inadmissível um país como o Brasil ter menos de 10% da sua juventude se formando no médio e no técnico simultâneo, e quando se olha para Áustria, Finlândia, Alemanha esse número chega perto de 70%. Então, o Brasil tem que parar de ter preconceito com o ensino técnico, incentivar a formação técnica”, protestou.

Campos ressaltou que a Prefeitura está distribuindo 400 bolsas de estudo por ano de ensino técnico e essas bolsas são definidas vinculadas ao mercado de trabalho da cidade. “Se a gente precisa de vaga na saúde, a prefeitura banca a formação na saúde; se é na área da indústria, tecnologia, a prefeitura também banca essas vagas”, esclareceu.

Marco legal das startups

Quanto ao marco legal das startups, o prefeito afirmou que, por meio dessa lei, contrata-se por inovação e em vez de se dizer o que se quer, expõe-se o problema. O prefeito ilustrou com um exemplo do alto percentual que se tinha na cidade de absenteísmo em consultas marcadas, que chegava a mais de 50%. A prefeitura conseguiu resolver com ajuda de startups.

“Essa solução, quando chega na última etapa, a Prefeitura aporta R$ 1,2 milhão e vira investidor. Se ela (a solução) for comprada por qualquer cidade, estado ou empresa, a Prefeitura ganha royalties pela compra por um terceiro porque somos investidores, (a solução) é parte do patrimônio da prefeitura”, explicou.

 

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