Inflação

Número de endividados cresce e poder de compra encolhe

Os dois são consequências diretas do aumento da inflação

Foto: stevepb/pixabay

Enquanto a inflação geral cresce, muitas famílias estão se virando como podem para comprar o básico e pagar as contas. Porém, nem sempre os compromissos financeiros estão sendo cumpridos. De acordo com a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 74,6% dos brasileiros possuem alguma dívida. Esse índice de outubro representa 0,6% a mais do que o de setembro, e é a 11º alta. 

A boa notícia é que vem caindo o número de brasileiros que não têm condições de pagar o que devem. Em setembro, esse número era de 10,3%, sendo que em outubro caiu para 10,1%. Mesmo assim, a crise atual ainda preocupa e prejudica os consumidores, principalmente os mais carentes. Isso porque, o poder de compra tem caído, e feito os carrinhos do supermercado se tornarem mais vazios.

Qual é a relação do endividamento com o menor poder de compra?

Tanto o aumento do endividamento quanto a diminuição do poder de compra são sintomas de crises econômicas. Quando o país atravessa momentos difíceis, e a inflação cresce, grande parte dos produtos fica mais cara. Consequentemente, o dinheiro do consumidor passa a valer menos, pois precisa de mais para adquirir a mesma mercadoria. 

Em outras palavras, os R$100 que antes compravam determinado calçado agora não compram mais. Isso porque o sapato aumentou para R$110, por exemplo. 

Para acompanhar essas altas, seria necessário que a renda também crescesse. No entanto, por causa da pandemia principalmente, muitas pessoas perderam o emprego. Ainda que o mercado de trabalho esteja começando a se recuperar, parte dos profissionais não conseguiu se recolocar ou ganhar o que estava acostumada antes. 

Somado a esse cenário, o endividamento também se torna um reflexo das dificuldades de fazer compras e manter as contas em dia. Até porque, diante da disparada dos preços, é normal que o consumidor tenha que escolher em que priorizar. 

O leite é um exemplo. Em apenas um ano a bebida subiu 21%, assustando os consumidores, já que é um dos alimentos mais consumidos. Mas vale notar que os valores ainda podem ter alguma disparidade, dependendo da marca e do estabelecimento. 

Por conta do aniversário do Supermercados Guanabara, por exemplo, a rede anunciou em novembro preços mais baixos do que o normal. No caso do leite, os consumidores puderam encontrar no começo ofertas por R$2,99. Para efeito de comparação, a mesma bebida sai por R$3,59 no Extra e R$3,99 no Pão de Açúcar. 

Outro item que encareceu foi a carne bovina. Por ser um dos principais itens do cardápio dos brasileiros, a alta preocupa, e tem sido motivo até de substituição em algumas famílias. Como a caixa de ovos e o frango, por exemplo, estão mais em conta na comparação - embora também tenham sofrido aumento - os consumidores estão optando por esses itens. No caso dos ovos, a tendência é que o país feche o ano batendo o recorde mundial de consumo, que é de 255 unidades por pessoa. 

Ainda assim, em muitos casos, fazer substituições nos mercados não é suficiente para frear o impacto da crise econômica. A expectativa é que em breve os aumentos deixem de ser tão frequentes e até que haja reduções nos preços. No entanto, até o momento, o cenário não dá sinais de mudanças. Enquanto isso, parte das famílias seguem endividadas e sentindo no bolso o impacto da redução do poder de compra. 
 

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