Número de unidades locais em 2019 é o maior em seis anos em Pernambuco, diz IBGE
Apesar do resultado, apenas uma em cada cinco empresas pernambucanas completam uma década de vida
O número de unidades locais (filiais de empresas) ativas aumentou 4,6% em Pernambuco entre os anos de 2018 e 2019, chegando a 125.443 mil estabelecimentos no período. É o maior número desde 2013, quando havia 131,5 mil companhias em atividade. Os números são da Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2019, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
O levantamento considera somente as entidades empresariais, excluindo os microempreendedores individuais (MEIs), órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos e as organizações internacionais que atuam no país.
A pesquisa, utiliza o Cadastro Central de Empresas (Cempre) como base de dados, sofreu uma alteração em sua metodologia e passou a incorporar também os números fornecidos pelas empresas ao eSocial, que substitui gradativamente a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Isso pode explicar parte da alta no número de empresas ativas.
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Entre as mais de 125 mil unidades locais (ULs) ativas em 2019, 98.649 mil foram fundadas em anos anteriores, o que representa uma taxa de sobrevivência de 78,6%. A pesquisa também mostra que 26.794 estabelecimentos entraram no mercado em 2019, sendo 21.102 nascimentos e 5.692 reativações, totalizando uma taxa de entrada de 21,4%. No total, 21.301
mil unidades locais saíram do mercado, com taxa de saída de 17%.
Ainda de acordo com o estudo, apenas 20% das unidades locais de empresas nascidas em 2009 conseguiram completar dez anos de existência em 2019. Esse percentual está abaixo da média brasileira (22,9%) e da média do Nordeste (20,9%). Também é o terceiro menor percentual regional, atrás somente do Ceará (19,2%) e do Maranhão (18,3%).
Em quatro das vinte atividades econômicas consideradas pelo levantamento, a taxa de saída das unidades locais foi maior do que a taxa de entrada, ou seja, mais estabelecimentos fecharam do que abriram. O setor de outras atividades de serviços teve a maior diferença, com taxa de entrada de 19,5% e taxa de saída de 25,1%. Isso significa que, proporcionalmente, esse foi o segmento que mais perdeu ULs entre 2018 e 2019.
No alojamento e alimentação, a taxa de entrada foi de 20,2%, enquanto a taxa de saída foi de 21,6%. No comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, a taxa de entrada foi de 18,1%, versus 19,1% de taxa de saída. Nas indústrias de transformação, a diferença foi menos intensa: 16,8% de taxa de entrada e 17,5% de taxa de saída. Essas três últimas atividades econômicas são as que mais concentram unidades locais e trabalhadores assalariados. O comércio, sozinho, compõe 45% de todas as ULs de Pernambuco.
De acordo com a Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, as unidades locais ativas em Pernambuco empregavam pouco mais de 1 milhão de pessoas assalariadas, e esse número se manteve estável entres 2018 e 2019. As empresas sobreviventes, com ao menos um ano de atuação, absorveram 95,2% desses trabalhadores. O comércio é o setor que mais emprega no estado, com 288,6 mil postos de trabalho ou 27,4% do total; em segundo lugar, vem a indústria, com 189,4 mil vagas (18% do total) e, na sequência, as atividades administrativas e serviços complementares, com 143,4 mil vagas (13,6% do total).
O salário médio pago aos trabalhadores dos estabelecimentos ativos é R$ 1.903 por mês, o segundo maior valor de todo o Nordeste, atrás apenas da Bahia. As empresas sobreviventes pagam ligeiramente mais: R$ 1.922. No entanto, se for considerado o salário médio pago apenas pelas empresas que entraram no mercado em 2019, o montante é bem menor: R$ 1.289, o quinto pior montante da região. No total, as unidades locais pernambucanas pagam R$ 25,9 bilhões em salários e outras remunerações, sendo R$ 6 bilhões no comércio e R$ 5 bilhões na indústria.