"O Brasil não aguenta mais sangria", diz Haddad ao entregar arcabouço fiscal
Ministro da Fazenda entregou proposta de novo marco fiscal ao presidente da Câmara, Arthur Lira, nesta terça-feira (18)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que o governo dialogou para construir uma proposta de novo arcabouço fiscal com mais "razoabilidade". Segundo ele, o Brasil "não aguenta mais sangria".
– A despesa deve andar atrás da receita, sempre. Esse mecanismo pode funcionar muito bem, se a agenda toda for cumprida. Trabalhamos com as MPs e PLs em tramitação, junto às duas Casas por este projeto. São contas bilionárias que precisam ser ajustadas. O Brasil não aguenta mais tanta sangria, é muita sangria – disse Haddad.
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O ministro afirmou que a tramitação será complexa, mas que o tema é importante para garantir o equilíbrio fiscal do país.
– Não são coisas fáceis de votar. A PEC da transição não foi fácil, o arcabouço tem uma construção complexa, é uma mudança de regra que na minha opinião vem para melhorar a gestão pública. Temos, além da regra em si, um conjunto de medidas para garantir o equilíbrio fiscal o ano que vem. E, depois, a Reforma Tributária que vem para garantir a sustentabilidade de longo prazo da base fiscal do estado brasileiro.
Questionado sobre a velocidade de tramitação da proposta na Câmara, Haddad elogiou a condução de Lira e afirmou que respeita os trâmites da Câmara. O ministro afirmou, no entanto, que o desejo do ministro é que o texto seja aprovado ainda no primeiro semestre para garantir a elaboração do orçamento para 2024.
– A Câmara tem o seu rito, tenho uma relação respeitosa com a Casa. Sempre me coloquei à disposição dos líderes, inclusive de oposição. Quanto aos temas que alguns discordam, é o jogo democrático que vai definir o placar – ponderou Haddad.