O empreendedorismo e a educação empreendedora no ensino básico
Especialista do SESI explica os fundamentos dessa vertente
O empreendedorismo encontra seu momento mais difícil nos anos pré e pós pandêmicos, como uma forma de tentar se firmar e alcançar estabilidade financeira no meio do caos causado por inflação, desemprego e incertezas. A educação, como pilar fundamental da formação humana, começa a encaixar novas vertentes que possam ajudar o aluno a trilhar caminhos mais independentes, como a “educação empreendedora”, que consiste em uma ferramenta que serve como incentivo entre os educadores e seus alunos, motivando-os a criarem ideias inovadoras e autônomas.
“Quando a gente fala de educação empreendedora, a gente pode perceber que ela compreende o conhecimento, comportamento e a aprendizagem efetiva e emocional do aluno. Então, quando a educação empreendedora é colocada em cena, é possível fazer que, enquanto os alunos estudam os conteúdos previstos no currículo escolar, eles também se desenvolvam como cidadãos ativos, responsáveis e colaborativos.”, diz Rúbia Araújo, assistente pedagógica do SESI.
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Entende-se que jovens estão cada dia mais interessados em aprender sobre empreendedorismo, procurando novas formas de ganhar dinheiro, e assim atingir a independência financeira mais cedo. De acordo com um estudo divulgado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2021, 51% dos novos empreendedores brasileiros tinham idade entre 18 e 35 anos, comprovando a tese. É importante entender que essa vertente vai além da abertura de um negócio, e envolve alunos do ensino básico ao superior, podendo começar desde os 6 anos de idade, com o objetivo de desenvolver habilidades emocionais e construir um projeto de vida para ele.
“Então se a educação empreendedora vem sendo desenvolvida na educação básica, nos anos iniciais, nos anos finais e no ensino médio, ela acaba moldando a visão de mundo desse aluno, e consequentemente, quando esse aluno atingir a maioridade, ela também terá espaço para ser trabalhada, claro que com uma abordagem diferente, a partir da maturidade do cidadão”, continua Rúbia.
Em algumas escolas de ensino médio, por exemplo, é possível encontrar na grade curricular a disciplina “Cultura Maker”, grande aliada da educação empreendedora. A disciplina tem como objetivo fazer o aluno tirar a ideia do papel e fazê-la acontecer, além de ser baseada em 4 pilares: criatividade, colaboratividade, sustentabilidade e escalabilidade, bastante parecido com o empreendedorismo. A cultura maker se tornou não somente um complemento, mas também uma ótima forma de implantar o empreendedorismo nas escolas.
“A educação empreendedora, quando ela é ensinada desde a educação básica, contribui pro amadurecimento da competência comportamental, que a gente chama também de atitudes empreendedoras, como, por exemplo, a boa comunicação, a criatividade, a liderança, a negociação, o pensamento crítico, a proatividade, a resiliência, o trabalho em equipe. Então os jovens conquistam a qualificação e o preparo necessário pra buscar a solução que permitam superar os seus desafios do mundo atual e acompanhar as mudanças que a gente vem vivendo durante todo o dia a dia”, conclui a assistente pedagógica.