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Economia

'O meu casamento com Paulo Guedes é indissolúvel. Não existe divórcio', diz Bolsonaro

Ministro da Economia já havia manifestado a intenção de continuar no cargo em caso de reeleição do presidente

Presidente Bolsonaro e o ministro da economia Paulo GuedesPresidente Bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que tem um "casamento indissolúvel" com o ministro da Economia, Paulo Gudedes. A declaração foi dada quando ele relatava sua insatisfação com a direção anterior do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), órgão ligado ao Ministério da Economia. Na segunda-feira, Guedes já tinha dito estar disposto a continuar no governo num eventual segundo mandato de Bolsonaro. Foi a primeira vez que o ministro assumiu publicamente essa intenção.

Os dois participaram do evento do lançamento do modelo regulatório do Inmetro. Bolsonaro reclamava de algumas medidas que estavam sendo adotadas pelo órgão que, segundo ele, aumentariam custos do setor produtivo.

— Eu descobri que queriam modernizar os tacógrafos do Brasil. Só de caminhões, são 2,7 milhões, aproximadamente 500 reais para cada caminhoneiro. Pesa, pessoal. Obviamente, se fala de tacógrafo, modernização, você vai entrar para ônibus, vans. Dá mais de 3 milhões. Começamos então a trabalhar nesse sentido — disse Bolsonaro.
 

O presidente disse em seguida que, apesar da cobrança, o problema não tinha sido resolvido. Ele então pediu a cabeça da direção do Inmetro, que acabou sendo substituída:

— Até que chegou dado momento em que eu falei: Paulo Guedes, acabou a cota do secretário aí, ou resolve agora ou... O meu casamento com Paulo Guedes é indissolúvel. Não existe divórcio. Mas fica difícil a gente, levantando esses problemas, não buscar solução. E não era apenas tacógrafos. Queriam trocar os taxímetros de todos, além de chip para botar nas bombas de combustível, que na ponta da linha, não ia combater fraude, no meu entender

Na segunda-feira, em entrevista à TV Jovem Pan News, Guedes foi questionado se aceitaria ficar mais quatro anos no governo, em caso de reeleição de Bolsonaro. Ele disse que sim e depois completou:

— Tem muita coisa sendo feita, que eu acho que essa aliança de centro-direita deveria seguir. E eu acho que eu seria alguém que estaria disposto a continuar.

Em entrevista ao GLOBO este mês, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, colocou em dúvida a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, em um eventual segundo mandato de seu pai. Não por resistência do presidente, e sim por cansaço do próprio Guedes.

O parlamentar reconheceu que o papel exercido pelo chefe da equipe econômica é "cansativo", mas que só depende de Guedes "continuar dando a sua contribuição" ao governo. Flávio elogiou “as orientações” de Guedes na política econômica, mas deixou claro que há um cardápio eleitoral que o ministro precisará seguir.

— Ele (Guedes) tem o senso de responsabilidade de buscar o meio-termo para que a política econômica não degringole o Brasil de vez, a médio e longo prazo, mas sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego. Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. Depende da disposição dele, que é cansativo. Você vê que o presidente Bolsonaro envelheceu muito, o Paulo Guedes também. É muito desgastante. Se ele quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele — disse Flávio Bolsonaro.

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