Pix

"O Pix vai fazer o papel que hoje o cartão de crédito faz", diz Campos Neto

Presidente do Banco Central participou de evento em São Paulo

 Campos Neto mencionou que o Pix pode ser melhorado para incluir novas funcionalidades, como o bloqueio reverso, fazendo com que assuma o papel dos cartões de crédito Campos Neto mencionou que o Pix pode ser melhorado para incluir novas funcionalidades, como o bloqueio reverso, fazendo com que assuma o papel dos cartões de crédito - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil / Arquivo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, embora o dinheiro não vá desaparecer como modalidade de pagamento no país, o futuro será certamente mais digital.

Durante o evento 618 Spring Investment Meeting, promovido pela 1618 Investimentos, Campos Neto mencionou que o Pix pode ser melhorado para incluir novas funcionalidades, como o bloqueio reverso, fazendo com que assuma o papel dos cartões de crédito.

— Hoje o Pix é programável. [...] Por ele ser programável, a gente pode botar nossas funcionalidades. Eventualmente vai poder fazer o bloqueio reverso, o que significa que o Pix vai fazer o papel que hoje o cartão de crédito faz — disse nesta sexta-feira, em São Paulo.

Desaceleração americana
Ele também mencionou uma mudança recente nos temores do mercado financeiro quanto à economia. Apesar dos dados que indicam uma economia aquecida no Brasil, o maior medo dos analistas é que a economia dos Estados Unidos desacelere mais fortemente do que o esperado.

O cenário considerado pelo Banco Central é de uma desaceleração mais lenta. Campos Neto lembrou que a inflação americana ainda se encontra acima da meta, mesmo que esteja caindo na ponta.

— Hoje o fator que mais preocupa os investidores é o que aconteceria se tivesse uma desaceleração mais forte nos EUA. Geopolítica e inflação alta deixaram de ser um tema, (assim como) essa parte de bolhas de mercado.

Campos Neto disse também que a corrida eleitoral americana não traz boas notícias para a inflação, já que tanto Kamala Harris, do Partido Democrata, como Donald Trump, do Republicano, têm propostas que poderiam elevar o risco fiscal, por meio do aumento de gastos.

Além disso, não há sinais de que o país considere fazer algum tipo de ajuste nas contas públicas.

O presidente do BC mencionou ao menos dois outros pilares que indicariam notícias ruins para o cenário inflacionário:

— Tem outro pilar da eleição americana que é o protecionismo. Tanto o lado democrata quanto o republicano falam de protecionismo, principalmente em relação à China, mas em geral. E o protecionismo tem um efeito inflacionário.(...) e o terceiro pilar da eleição americana que também está tanto do lado democrata quanto republicano é uma política antimigração, inclusive com gente falando que vai ter deportação.

Segundo Campos Neto, há estudos que apontam para um potencial impacto de políticas de deportação no mercado de trabalho, que já gera preocupações em diversos países ao redor do mundo.

No caso do Brasil, outro tema que causa apreensão é a tendência de desaceleração econômica chinesa, que pode interferir no preço das commodities, prejudicando economias emergentes e exportadoras, como a brasileira.

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