O que é e o que faz o G20, grupo que reúne 85% do PIB global?
Principal fórum de cooperação econômica internacional, reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana. Cúpula de Líderes ocorre hoje e amanhã no Rio
Começa nesta segunda-feira (18) o encontro com o Grupo dos Vinte (G20), principal fórum de cooperação econômica internacional. Neste ano, o Rio de Janeiro sedia a reunião com as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana. Na lista de países estão Estados Unidos, China, Brasil, Índia, França, entre outros. Entenda como o encontro surgiu e veja o cronograma do primeiro dia de debates:
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O que é o G20?
É a abreviação para “Grupo dos Vinte”, um “clube” de cooperação internacional, que responde por 85% do PIB mundial e dois terços da população global.
Esse clube discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais nas nações que fazem parte dele. Negocia acordos ao longo do ano e os assina justamente no último dia da reunião de cúpula.
Os debates envolvem questões globais como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, saúde, agricultura, e combate à corrupção.
A cada ano, um país preside o G20. Neste ano, o Brasil estave à frente da presidência rotativa do grupo.
Para a reunião de cúpula aqui no Rio, que a décima nona a ser realizada, vieram 55 delegações, incluindo países convidados e organismos internacionais.
No fim deste mês, o Brasil passa o bastão para a África do Sul, a próxima sede.
Como surgiu o G20?
O G20 começou originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990 e reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. Com a crise financeira de 2008, contudo, a habitual reunião de ministros e diretores dos bancos centrais (BCs) do grupo foi elevada a nível de Cúpula de chefes de Estado.
Reunião do G20: Quais os principais assuntos que o país quer discutir na presidência?
A primeira Cúpula do G20 foi realizada em Washington, em novembro de 2008. Até 2010, as cúpulas eram realizadas semestralmente. A partir de 2011 passaram a ser anuais.
Qual é o nível de poder decisório do G20?
O grupo é um fórum que promove debate sobre assuntos relacionados à estabilidade econômica global e desenvolvimento econômico. Mais recentemente, questões climáticas e sociais também entraram na agenda.
Na prática, o fórum reflete os interesses das economias mais ricas. Mas não tem poder de sanções ou de implementar decisões de forma mandatória.
Para garantir o trabalho simultâneo com instituições internacionais, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI) e o presidente do Banco Mundial também participam das reuniões.
Desde a crise financeira de 2008, o G20 passou a trabalhar conjuntamente com outros organismos, países convidados e fóruns internacionais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE).
Diferentemente de organizações internacionais como o FMI e o Banco Mundial, o G20 não possui um corpo de funcionários permanente. A presidência do grupo é rotativa entre os membros e muda a cada ano.
O país que exerce a presidência estabelece um programa de trabalho para o ano, em geral dando continuidade a boa parte dos assuntos discutidos no âmbito do grupo, mas podendo adicionar novos temas e iniciativas.
O que são as trilhas do G20?
A Trilha de Finanças trata de assuntos macroeconômicos estratégicos e é conduzida pelos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais, que se reúnem quatro vezes por ano, sendo duas em reuniões à margem dos encontros do FMI e do Banco Mundial. A coordenadora da Trilha de Finanças é a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
Nesta trilha, as reuniões se dividem em sete grupos técnicos: economia global, arquitetura financeira internacional, infraestrutura, finanças sustentáveis, tributação internacional, inclusão financeira e assuntos do setor financeiro. Há ainda a Força-tarefa conjunta de finanças e saúde, concebida em 2021 e que funciona como fórum para aprimorar a cooperação global em prevenção, preparação e resposta a pandemias.
Na Trilha de Sherpas, os representantes dos líderes do G20 ficam responsáveis por supervisionar negociações, discutir os pontos da agenda da cúpula e coordenar a maior parte do trabalho. O sherpa indicado pelo governo brasileiro para o G20 é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
O termo “sherpa” é utilizado na diplomacia para designar negociadores em cúpulas de chefes de Estado. A origem do termo vem dos Sherpas, etnia do Nepal, que guiam alpinistas que almejam chegar ao topo do Everest. No G20, os sherpas encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado e de governo.
A Trilha de Sherpas engloba 15 grupos de trabalho — agricultura, anticorrupção, cultura, desenvolvimento, economia digital, redução do risco de desastres, educação, emprego, transições energéticas, sustentabilidade climática e ambiental, saúde, turismo, comércio e investimentos, empoderamento das mulheres e pesquisa e inovação — , duas forças-tarefa (para o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza e outra para a mobilização global contra a mudança do clima) e uma iniciativa sobre bioeconomia.
Confira a programação prevista desta segunda (18) para a cúpula do G20
8h30 às 10h: Chegada dos líderes e recepção pelo Presidente da República e Primeira Dama
10h às 13h: Lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
13h às 14h: Almoço de Trabalho
14h30 às 18h: Sessão 2 – Reforma da Governança Global
18h às 20h: Recepção Oficial do Presidente Lula e Primeira Dama para os Líderes