O que é o Rumble, rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA?
Plataforma fundada em 2013 entrou com processo na Flórida por suposta violação da soberania americana
O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF), Alexandre de Moraes, virou alvo nesta quarta-feira de um processo judicial nos Estados Unidos por suposta violação da soberania americana pela plataforma Rumble. A ação é movida pelas empresas Trump Media & Technology Group, comandada pelo presidente americano Donald Trump.
As companhias acusam Moraes de infringir a Primeira Emenda da Constituição americana, que versa sobre liberdade de expressão, ao determinar que o Rumble remova contas de influenciadores de direita brasileiros. A alegação é de que a determinação descumpriria a legislação do país ao censurar discursos políticos que circulam nos EUA.
A rede social foi fundada em 2013 por Chris Pavlovski, e se define como uma plataforma de vídeo "verdadeiramente independente", e para "defender sua voz" em um mundo com "perspectivas diversas". O espaço é usado como área alternativa para vlogueiros e criadores de conteúdo independentes.
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Durante a pandemia da Covid-19, o YouTube e outras redes começaram a alertar nos vídeos sobre conteúdos com fake news sobre a doença, ou mesmo remover conteúdos. Neste período, segundo a revista Fortune, o deputado americano Devin Nunes, do Partido Republicano, acusou o YouTube de censura, e passou a divulgar seu perfil no Rumble, levando outros nomes da direita para a rede social. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o atual vice-presidente americano J.D. Vance começou a investir na plataforma em 2021.
No Brasil, o Rumble abrigou os canais de influenciadores como do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que teve perfis bloqueados no YouTube por determinações da Justiça brasileira. Em dezembro de 2023, a rede anunciou sua saída do Brasil após as decisões judiciais. No início deste mês, no entanto, a empresa declarou que retomará o funcionamento no país.
Ontem, Moraes determinou que a plataforma de vídeos Rumble indique representantes legais no Brasil e cumpra as ordens judiciais para bloqueio de conteúdos considerados ilegais. O despacho de Moraes foi dado em uma investigação sobre a atuação de Allan dos Santos. De acordo com o Supremo, Allan dos Santos usa a plataforma para disseminar desinformação e ataques contra as instituições democráticas. Segundo Moraes, "não há, portanto, qualquer prova da regularidade da representação da RUMBLE INC. em território brasileiro".