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O que faz a QXO, empresa americana que recebeu investimento bilionário de Lemann, Telles e Sicupira?

Companhia que visa ser líder tecnológica na distribuição de produtos de construção é a nova aposta do trio de bilionários da 3G Capital

QXO quer ser líder tecnológica na distribuição de produtos de construção nos Estados UnidosQXO quer ser líder tecnológica na distribuição de produtos de construção nos Estados Unidos - Foto: Reprodução/Canva

A 3G Capital, gestora de investimentos do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, fez um aporte bilionário na QXO, uma empresa americana que quer se tornar líder em distribuição de material de construção nos Estados Unidos, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim.

A gestora comprou 10% da companhia, avaliada hoje em US$ 5,16 bilhões.

Mas por que a QXO despertou o interesse do trio de investidores? Parte dessa resposta está no potencial de crescimento da empresa num mercado que ainda atrasado no uso de tecnologias.

E quem será o responsável por trazer esse retorno será o CEO, Brad Jacobs, um empresário renomado conhecido pela sua expertise em criar empresas multibilionárias e transformar setores inteiros. Entenda o que faz a empresa, qual o seu tamanho hoje e onde ela quer chegar:

O que é a QXO?
A QXO é uma empresa americana que atua no setor de distribuição de materiais de construção. Ela foi criada recentemente a partir da reformulação da SilverSun Technologies, fundada em 1988 e que tinha o foco em soluções de sofwtare na área de contabilidade e distribuição para pequenas e médias empresas.

A empresa recebeu este ano um investimento de US$ 1 bilhão liderado por Brad Jacobs, empresário americano que assumiu a presidência e a função de CEO da QXO.

A companhia quer ser a líder tecnológica na distribuição de produtos de construção. A QXO tem uma gama de produtos para distribuir, incluindo suprimentos de encanamento, cercas e decks, produtos acabados como portas e janelas, e até mesmo equipamentos de aquecimento e resfriamento, segundo a Bloomberg.

Aposta em tecnologia para expandir margens
A oportunidade de crescimento da empresa vem da lacuna da indústria de materiais de construção. O setor está atrasada na adoção de tecnologia como pedidos on-line e robótica de fábrica para fazer estruturas pré-fabricadas com treliças e painéis de parede, disse Jacobs à Bloomberg.

Trata-se de um setor não só atrasado tecnologicamente como fragmentado. Há 7 mil distribuidores na América do Norte e 13 mil na Europa - por isso, há espaço, inclusive, para fusões.

Os clientes da QXO são construtores comerciais de casas, apartamentos, edifícios industriais e infraestrutura, além de empresas que realizam reparos e reformas.

"O uso incipiente de tecnologia no setor, particularmente IA e comércio eletrônico B2B (empresa para empresa), representa uma oportunidade atraente para a QXO). A combinação de escala e inovação da QXO deve elevar a experiência do cliente, aumentar a eficácia da força de vendas e permitir a expansão da margem", afirma a empresa, em seu site.

A adoção de tecnologias pode também transformar os processos internos dos distribuidores, já que pode auxiliar na otimização de preços, previsão de demanda, automação de depósito e robótica, gerenciamento automatizado de estoque, otimização de rotas para frotas de entrega, visibilidade da cadeia de suprimentos e conectividade digital de ponta a ponta com o cliente.

"'A estratégia da QXO prevê que esses drivers, entre outros, serão centrais para a meta da empresa de criação de valor descomunal para os acionistas" informa a companhia.

Plano ousado de crescimento
Jacobs tem um plano de crescimento ousado para a QXO. Ela hoje vale US$ 5 bilhões, mas o CEO quer transformá-la numa empresa de US$ 50 bilhões na próxima década.

A ideia é alavancar o uso da tecnologia pra crescer no segmento de distribuição de produtos de construção - um mercado avaliado em US$ 800 bilhões, conforme o site da empresa.

A QXO anunciou em julho que firmou acordos de compra com investidores para um financiamento privado de US$ 3,5 bilhões. Isso abriria caminho para a empresa ter um poder de compra de mais de US$ 5 bilhões, também colocando a empresa em posição de adquirir uma série de grandes empresas públicas e privadas.

De olho em aquisições
Além da injeção de tecnologia, o crescimento da QXO também deverá vir de aquisições. Jacobs espera capturar US$ 1 bilhão de receita anual no primeiro ano de sua onda de compras e US$ 5 bilhões em três anos, disse ele.

Brad Jacobs é um empresário renomado conhecido pela sua expertise em criar empresas multibilionárias e transformar setores inteiros. Ao longo de sua carreira, ele e suas equipes concluíram aproximadamente 500 aquisições em vários setores.

Esse histórico de décadas deve posicionar a QXO para adquirir negócios e integrá-los de forma eficaz, melhorar as margens e gerar altos retornos sobre o capital.

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