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Petrobras

O que pensa Magda Chambriard, ex-diretora da ANP que assumirá comando da Petrobras

Engenheira retorna à estatal onde foi funcionária de carreira por 22 anos. Desde 2020, ela emite opiniões por meio de artigos em veículo especializado sobre energia

Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras  - Foto: Wilson Dias/EBC

A engenheira Magda Chambriard foi indicada como nova presidente da Petrobras após a demissão de Jean Paul Prates na noite de terça-feira. Ela agora retorna à estatal onde foi funcionária de carreira por 22 anos depois de um intervalo em que atuou no mercado como consultora na área de energia e petróleo. Antes, entre 2012 e 2016, foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo ( ANP) no governo Dilma.

Desde 2020, Magda emite opiniões por meio de artigos no Brasil Energia, veículo especializado sobre energia. De lá para cá, a engenheira escreveu sobre diversos temas envolvendo o setor de petróleo e gás - desde o compromisso frustrado da Petrobras com o desenvolvimento sustentável até a defesa de licenciamento para exploração da Foz do Amazonas.
 

Ampliação de investimentos nos estados produtores de petróleo

Em artigo intitulado 'Petróleo gera riqueza para quem?', publicado em novembro de 2023, Magda defendeu que a estatal gere retorno social para o país, com ampliação de investimentos no Rio de Janeiro e demais estados produtores de petróleo.

Ela cita a expectativa frustrada da empresa em contribuir com desenvolvimento sustentável, que assumiu compromisso de gerar bem-estar social através da produção do petróleo, mas reduziu investimentos e não conseguiu combater a desigualdade.

"Acreditou-se que a produção dessa riqueza geraria mais bem-estar social, em sintonia com as expectativas de desenvolvimento sustentável (...) Passada mais de uma década, alguns governos e a pandemia do Covid-19, a produção do petróleo cresceu, (...) mas o Brasil, que em 2012 se orgulhava do seu pleno emprego, chegou a cerca de 29,4% da população abaixo da linha da pobreza e a 8,4% da população na pobreza extrema", escreveu ela.

Defesa de "estaleiros lotados"

Magda ressaltou ainda que, apesar da maior parte dos recursos petrolíferos do pré-sal estarem localizados no Rio de Janeiro, o estado "considerado a capital brasileira do petróleo" amargou perda de quase 10% dos seus postos de trabalho com carteira assinada entre 2014 e julho de 2023.

A engenheira argumentou que o estado do Rio tem mais de dez estaleiros ociosos, e cada um deles poderia alocar cerca de 2 mil trabalhadores. E fez até um apelo para que o atual governo lote estaleiros:

"A estatal não poderia ter a dimensão atual sem a mão forte de um governo que a fez crescer de tamanho abruptamente, ao capitalizá-la e capacitá-la para enfrentar o desfio do Pré-Sal. (...) Aguarda-se pelos estaleiros lotados, conforme promessa da empresa, veiculada por diversos veículos da mídia especializada, em agosto de 2023", escreveu ela.

Exploração do Foz do Amazonas

Após o Ibama negar o pedido da Petrobras para explorar petróleo na Foz do Amazonas em maio do ano passado, Magda destacou em artigo em no mês seguinte que o país precisa enfrentar o "desafio do licenciamento tempestivo", "sob pena de condenar o Brasil à estagnação" caso não o faça, já que elevaria o chamado Custo Brasil, conjunto de entraves no ambiente de negócios do país que onera as empresas.

"Não é crível que após 10 anos da oferta pública da Margem Equatorial e décadas de operação na Bacia de Campos, ainda haja impasses técnicos em processos de licenciamento", disse ela, no artigo “Bacia da Foz, licenciamento ou risco Brasil”.

Segundo a engenheira, o Ministério do Meio Ambiente não pode "usurpar" o poder de concessão da Presidência da República. Ela defende que o poder do presidente seja superior ao da pasta de Marina Silva.

"O MMA será, de fato, o verdadeiro poder concedente do país? A Presidência da República concorda com isso? (...) É nesse contexto que se advoga a intervenção do Presidente da República. É ele que tem mandato para estabelecer as prioridades nacionais, em nome do povo", escreveu.

Risco de sobrecarga tributária

Em outro artigo intitulado "Reforma fiscal e as independentes", Magda cita o risco de sobrecarga tributária às empresas petroleiras independentes (como é o caso de Prio, 3R Petroleum e Enauta, por exemplo) diante da reforma fiscal, em que está sendo discutido uma série de tributos.

"É irrazoável que o Estado, ao criar políticas que onerem o setor, não excetue casos em que a desoneração foi dada como essencial para a sobrevida de diversos ativos. (...) É importante que se verifique como evitar que tais projetos de lei não conflitem, ou não anulem, incentivos recém fornecidos a empresas Independentes, que são decisivos para a constituição de seus portfolios de projetos", disse.

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