ECONOMIA

O que se sabe sobre o projeto que vai mudar o saque-aniversário do FGTS

Governo quer permitir resgate integral do Fundo para quem for demitido sem justa causa, mesmo que tenha aderido à modalidade de saques anuais

Consulta ao saldo das contas vinculadas pode ser feito pelo site da Caixa ou pelo aplicativo do FGTS no celularConsulta ao saldo das contas vinculadas pode ser feito pelo site da Caixa ou pelo aplicativo do FGTS no celular - Foto:

O Ministério do Trabalho quer mudar as regras do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e trabalha em um projeto de lei com este objetivo. A proposta deve ser enviada ainda na primeira quinzena de agosto à Câmara dos Deputados.

O ministro Luiz Marinho, titular da pasta do Trabalho, quer manter a modalidade, mas com a permissão de saque completo do saldo da conta, em caso de demissão do trabalhador sem justa causa, o chamado saque-rescisão.

Hoje, quem adere ao saque-aniversário precisa esperar 25 meses para voltar à modalidade que permite a retirada de recursos em caso de dispensa injustificada.

Veja o que se sabe sobre o projeto do governo:

O que é o saque-aniversário do FGTS?
Criado em 2019, o saque-aniversário permite que o trabalhador resgate uma fração do saldo em sua conta do FGTS anualmente, fora das situações que dariam acesso a esses recursos.

Qualquer trabalhador pode aderir a essa modalidade. O saque pode ser feito sempre até o último dia do mês de aniversário do trabalhador.

Quem adere ao saque-aniversário pode resgatar o dinheiro em caso de demissão?
Ao aderir ao saque-aniversário, o trabalhador perde o direito ao chamado saque-rescisão, que prevê a retirada integral do dinheiro depositado no Fundo em caso de demissão sem justa causa, além da multa rescisória. No saque-aniversário, o trabalhador demitido pode sacar apenas a multa.

 

Quem adere ao saque-aniversário pode voltar ao saque-rescisão?
Pelas regras atuais, o trabalhador pode voltar ao saque-rescisão 25 meses após a adesão ao saque-aniversário e desde que não exista uma operação de antecipação do saque-aniversário já contratada (quando o trabalhador toma empréstimos tendo saldo do Fundo como garantia).

Qual a proposta do governo para o saque-aniversário?
Logo após assumir o Ministério do Trabalho, Marinho disse em entrevista ao GLOBO que iria acabar com o saque-aniversário. A declaração teve uma má repercussão, e o ministro voltou atrás. Agora, a ideia é que o saque-aniversário não seja impeditivo para o resgate integral do Fundo.

Ou seja, além de fazer saques anuais, o trabalhador poderia sacar todo o dinheiro do FGTS se fosse demitido sem justa causa.

Além disso, integrantes do ministério afirmaram ao GLOBO que haveri a possibilidade de o saque total também valer retroativamente. Ou seja, um trabalhador que estava na modalidade saque-aniversário e foi demitido nos últimos quatro anos, desde sua, poderia solicitar o acesso ao saldo integral de sua conta no FGTS.

Quando a proposta do governo será encaminhada ao Congresso?
A proposta que modifica as regras do saque-aniversário já tem aval da Casa Civil, de acordo com interlocutores de Marinho. A ideia é que a mudança seja feita por projeto de lei e que este seja encaminhado ao Congresso em agosto.

A criação do saque-aniversário também foi feita por projeto de lei. A Lei 13.932 de 2019 foi sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro em dezembro daquele ano.

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