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OCDE: crescimento da economia mundial registrará desaceleração em 2023

A alta de preços deve atingir uma média de 8% neste ano nos países do G20, projeta organização

OCDE: crescimento da economia mundial registrará desaceleração em 2023OCDE: crescimento da economia mundial registrará desaceleração em 2023 - Foto: Unsplash

O crescimento da economia mundial passará de 3,1% este ano para 2,2% em 2023, com uma leve alta a 2,7% em 2024 – afirmou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta terça-feira (22), em suas previsões atualizadas.

No ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial foi de 5,9%.

Em um contexto de guerra na Ucrânia, "o crescimento está a meio mastro, a inflação elevada persiste, a confiança se deteriorou, e a incerteza é alta", observa a organização com sede em Paris.

Para seu economista-chefe interino, Álvaro Santos Pereira, "a economia mundial vive sua mais grave crise energética desde os anos 1970", que levou a inflação "a níveis sem precedentes em várias décadas e está deprimindo o crescimento em todo mundo".

A alta de preços deve atingir uma média de 8% neste ano nos países do G20, grupo que reúne as principais economias do planeta, antes de cair para 5,5% em 2023 e 2024, projeta a OCDE.

No lado positivo, algumas pressões inflacionárias se reduziram no ano passado, após o restabelecimento das cadeias de abastecimento, interrompidas durante a pandemia da Covid-19, ao mesmo tempo em que os custos dos fretes marítimos retrocederam.

Desempenho "melhor que previsto" na AL
Santos Pereira afirma que o cenário mais provável para o próximo ano "não é uma recessão global, mas uma clara desaceleração da economia mundial, assim como uma inflação que permanece elevada, mas que cai em muitos países".

Para superar a crise, a OCDE defendeum maior aperto da política monetária para combater a inflação”, ao mesmo tempo em que afirma que “os benefícios fiscais devem ser mais específicos e temporários".

"Com frequência, é preciso calibrar melhor" essa ajuda fiscal para "garantir que seja apenas temporária e concentrada nas famílias e nas empresas mais vulneráveis, e que se mantenha os incentivos para reduzir o consumo de energia”.

“Acelerar o investimento para adotar e desenvolver fontes e tecnologias de energia limpa será crucial para diversificar a oferta de energia e garantir a segurança energética”, acrescentou Santos Pereira.

Além disso, as consequências da guerra na Ucrânia, iniciada há nove meses, “continuam sendo uma ameaça para a segurança alimentar mundial, especialmente quando combinadas com novos fenômenos climáticos extremos derivados da mudança climática”, afirma a organização.

Na América Latina, o relatório reconhece que as principais economias da região tiveram desempenho "melhor do que o esperado em 2022, especialmente para exportadores de alimentos e energia".

Ao mesmo tempo, porém, antecipa que essa recuperação "perderá força em 2023 e 2024", devido ao "endurecimento das condições financeiras mundiais e nacionais", ao "fim das ajudas fiscais ainda em vigor" e a "preços menos flutuantes das matérias-primas".

No Brasil, prevê-se um crescimento de 2,8% do PIB em 2022. A OCDE também prevê crescimentos positivos este ano para Chile (1,9%), México (2,5%), Colômbia (8,1%), Argentina (4,4%), entre outros.

A OCDE trabalha para impulsionar o crescimento econômico e o comércio internacional. Seus 38 países-membros – entre eles México, Chile, Colômbia, Costa Rica – representam 60% da produção econômica mundial. O Brasil se encontra em processo de adesão.

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