ECONOMIA

Oi realiza assembleia de credores. Veja o que está em jogo para a tele em nova recuperação judicial

Detentores da dívida da companhia estão resistentes às propostas da direção da empresa, que planeja vender carteira de fibra óptica, dizem fontes

Justiça: Grupo Oi consegue mais tempo no período oficial de blindagem da recuperação judicial Justiça: Grupo Oi consegue mais tempo no período oficial de blindagem da recuperação judicial  - Foto: Reprodução

A Oi realiza nesta terça-feira (5) sua nova assembleia-geral de credores para tentar aprovar seu segundo plano de recuperação judicial. O evento, que será transmitido pela internet, começa às 11h. Segundo fontes, os credores seguem reticentes com as negociações, e o futuro da empresa segue indefinido.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tentou impedir a realização da assembleia por conta dos créditos que têm a receber, mas a Justiça do Rio não acolheu o pedido do órgão regulador. Desde o ano passado, a Anatel abriu um processo para avaliar se cassa ou não sua concessão de rede fixa. Mas, segundo fontes, ainda não há decisão sobre o tema.

A primeira versão do segundo plano de recuperação judicial da Oi chegou a ser apresentada no início do ano passado, mas as negociações não avançaram. A tele carioca, em seu segundo pedido de proteção judicial, tem dividas financeiras de R$ 36,7 bilhões, de acordo com o balanço do terceiro trimestre.

Em janeiro, a Oi anunciou que Rodrigo Abreu havia deixado o cargo de diretor-presidente, após dois anos. Mas ele segue como membro do Conselho de Administração e na liderança do processo de recuperação. Para comandar a operação da empresa, foi nomeado Mateus Bandeira.

 

De acordo com fontes do setor ouvidas pelo Globo, a tele, para conseguir aprovar o plano, propôs a venda de sua carteira de clientes de fibra óptica, hoje reunidos na ClientCo (que está em uma Unidade Produtiva Isolada, UPI). São mais de 4 milhões de usuários. Para isso, a tele carioca já havia contratado advisors para estruturar o processo de venda da unidade. Ainda não há um valor definido para o ativo.

O novo plano prevê ainda a venda da fatia da Oi na V.Tal, empresa que é dona da infraestrutura de fibra óptica, com mais de 400 mil quilômetros de extensão.

Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a venda de ativos ganhou força nos últimos meses durante as negociações com os credores, que segue em ritmo intenso e sem rumo definido.

No mercado, especula-se que a base de clientes pode ser vendida para alguma empresa que já opera no Brasil no segmento de fibra. Não estaria descartada operação similar ao que foi feito com a operação móvel da Oi, quando TIM, Claro e Vivo dividiram entre si os clientes de telefonia móvel.

Segundo fontes, a assembleia conta com um pré-acordo com os credores, como as agências de crédito à exportação, os donos de títulos do exterior (bondholders) e os bancos nacionais.

No ano passado, o plano que estava predefinido previa duas opções: os credores que optassem por colocar R$ 4 bilhões (ou US$ 750 milhões, a depender do câmbio) no caixa da tele teriam um corte de cerca de 50% no valor da dívida; e os que não aportassem recursos teriam uma redução de cerca de 70%. Em ambos os casos, a dívida remanescente seria convertida em ações.

Na versão anterior, a Oi tinha dado como garantia ações da V.Tal, rede de fibra óptica. Mas, agora, as negociações já preveem os percentuais de venda da operação, disse a fonte.

Com a venda dos dois ativos, a Oi ficaria apenas com a Oi Soluções (de clientes corporativos), operações fixas, os clientes de TV, a rede de cobre, a Tahto (atendimento) e a Serede (de manutenção).

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