OIT vê piora no emprego e estima 112 milhões de vagas a menos do que no pré-pandemia
Relatório da agência da ONU estima que a quantidade de horas trabalhadas continue a diminuir em 2022
O mercado de trabalho global corre o risco de dar uma reviravolta no caminho de recuperação aos níveis pré-Covid-19, à medida que os bloqueios na China e a guerra na Ucrânia pesam sobre as economias, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT, na sigla em inglês) em relatório publicado nesta segunda-feira (23).
A agência da ONU estimou que havia o equivalente a 112 milhões de empregos em período integral a menos no primeiro trimestre de 2022 do que em comparação com os níveis pré-Covid. Além disso, havia um risco crescente, mas incerto, de que a quantidade de horas trabalhadas continuasse a diminuir em 2022 .
A China foi responsável por 86% da queda nas horas de trabalho devido a medidas de contenção para impedir a propagação do Covid-19, de acordo com o relatório, e as interrupções globais na cadeia de suprimentos, exacerbadas pela guerra na Ucrânia, ameaçam levar a um declínio ainda maior.
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, disse aos jornalistas que os números provavelmente não capturam os efeitos da guerra na Ucrânia.
A OIT, que disse que as perspectivas estavam cada vez mais nebulosas, agora prevê que haverá o equivalente a 123 milhões de empregos em período integral a menos em relação aos níveis pré-Covid no segundo trimestre.
— Existe um perigo muito real de que o próximo monitor, sempre que o produzirmos, esteja citando números que representarão uma deterioração bastante acentuada nas condições do mercado de trabalho — disse Ryder.
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O aumento da inflação, impulsionado principalmente pelos preços da energia e problemas na cadeia de suprimentos, também representa o risco de paralisar a recuperação econômica e de empregos se a renda dos trabalhadores não acompanhar o ritmo, disse a OIT.
O risco geral de uma espiral de preços e salários no futuro próximo é baixo, acrescentou a agência da ONU, apontando que os salários reais cresceram mais lentamente em 2021 do que antes da pandemia.