ONU: acordo de exportação permitiu saída de 14 milhões de toneladas de grãos da Ucrânia
Acordo permitiu aliviar a crise alimentar mundial causada pelo conflito
Mais de 14 milhões de toneladas de grãos deixaram os portos ucranianos desde que o acordo entre Kiev e Moscou para retomar as exportações de cereais entrou em vigor — afirmou a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Rebeca Grynspan, nesta quinta-feira (15).
"Superamos os 14 milhões de toneladas (...) que foram distribuídos graças à iniciativa" pelo Mar Negro, declarou Rebeca.
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São "volumes muito importantes para o mercado", destacou a secretária-geral, durante coletiva de imprensa em Genebra.
Assinado em 22 de julho entre Ucrânia e Rússia com mediação da ONU e da Turquia, o acordo permitiu aliviar a crise alimentar mundial causada pela guerra.
O pacto foi assinado, inicialmente, com validade de 120 dias, mas foi prorrogado em meados de novembro por mais 120 dias.
Grynspan rejeitou as acusações de que apenas os países ricos se beneficiaram dessas exportações, observando que é necessário diferenciar entre as exportações de grãos destinados à pecuária, ou ao consumo humano.
"Os países em desenvolvimento se beneficiaram muito com a Iniciativa dos Grãos do Mar Negro", em termos de alimentos para consumo humano, argumentou.
Dois terços das exportações de trigo vão para países em desenvolvimento, por exemplo, afirmou.
A ex-vice-presidente da Costa Rica reconheceu, porém, que os volumes de exportação de cereais ainda estão abaixo do nível de 2021.
"Ainda há um longo caminho a percorrer", destacou.
Grynspan também disse temer uma escassez de fertilizantes no próximo ano, mas insistiu nos esforços para "resolver esse problema o mais rápido possível".
A Rússia denuncia que o segundo acordo, também assinado em 22 de julho para permitir a exportação de seus cereais e fertilizantes, não foi aplicado, devido às sanções ocidentais.