Economia

Open banking e Pix atrasam início da portabilidade de cheque especial

Portabilidade é a possibilidade de o cliente levar sua dívida a outra instituição financeira que ofereça condições melhores

DinheiroDinheiro - Foto: Agência Brasil

O CMN (Conselho Monetário Nacional) informou, nesta sexta-feira (23), que as novas regras para portabilidade de cheque especial, que entrariam em vigor em novembro, só começarão a valer a partir de março do próximo ano. Segundo o Banco Central, a data precisou ser adiada por conta da implementação do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, e do open banking, plataforma de compartilhamento de dados e oferta de produtos financeiros. Ambos começarão a funcionar no próximo mês.

"Esses ajustes decorrem da necessidade de as instituições reguladas concentrarem esforços, especialmente em tecnologia, nos projetos prioritários e estruturantes para o Sistema Financeiro Nacional, o Pix e o Sistema Financeiro Aberto (open banking)", explicou o BC em nota.
 



"Várias regulamentações entraram em vigor ao mesmo tempo e demandaram esforços, especialmente de tecnologia, então decidimos estender o prazo", justificou Paula Ester, chefe-adjunta do departamento de regulação do BC. Portabilidade é a possibilidade de o cliente levar sua dívida a outra instituição financeira que ofereça condições melhores.

Além disso, a data para autorização de débito em conta de instituições de pagamento e em contas de depósito também foi prorrogada para março. O CMN também flexibilizou regras para concessão de crédito rural para pequenos produtores e retirou a exigência de apresentação de coordenadas geodésicas para contratação de algumas linhas do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

"As linhas são para os menores produtores. O ticket médio é de R$ 2.000 e as operações representam 36% do total de operações, mas só 1,37% em valor. Consideramos que as coordenadas não trazem ganhos no processo de fiscalização neste caso", explicou o Carlos Zanatta, chefe-adjunto do departamento de crédito rural da autoridade monetária.

Segundo a autoridade monetária, no caso específico desses financiamentos, a apresentação das coordenadas gera custos ao processo sem benefício para fiscalização, já que os agricultores podem utilizar os recursos em atividades não vinculadas à exploração agropecuária, como o artesanato e o turismo rural.

"O entendimento do CMN é que, apesar dos custos reduzidos e da ampla difusão do uso das tecnologias de sensoriamento remoto, a exigência de fornecimento das coordenadas geodésicas nesses financiamentos encarece o processo de concessão sem ganhos para a fiscalização dessas operações", esclareceu o BC, em nota.

O conselho informou, ainda, que facilitou para bancos brasileiros a captação de recursos fora do país para operações de repasse. Nesse tipo de operação, o banco contrata crédito em banco multilateral ou agência internacional e repassa ao cliente em condições idênticas (prazo e juros). A instituição não pode cobrar, por exemplo, pelo serviço de intermediação financeira, apenas uma comissão de repasse.

Normalmente essas linhas são oferecidas para custear investimentos. Com a mudança, as instituições poderão receber o dinheiro dos empréstimos em contas criadas para a finalidade, que serão abertas no exterior somente para depósito desses recursos. Antes, a intermediação era feita exclusivamente pelo Banco do Brasil.

Veja também

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app
trabalhadores

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU
Inteligência Artificial

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

Newsletter