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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

OpenAI fecha acordo para usar conteúdo do francês Le Monde e do espanhol Prisa no ChatGPT

Licenciamento é mais um avanço da criadora do robô digital para integrar material jornalístico aos seus sistemas de inteligência artificial desde que virou alvo de ação do NYT por violação de direito autoral

Chat GPTChat GPT - Foto: Reprodução/ChatGPT

A OpenAI assinou acordos de licenciamento de conteúdo com duas grandes editoras europeias: o jornal francês Le Monde e o conglomerado de mídia espanhol Promotora de Informaciones SA (Prisa). Os acordos permitirão o uso de conteúdo de notícias em francês e espanhol dos dois grupos editoriais pelo ChatGPT, assim como ajudarão no treinamento dos modelos de inteligência artificial (IA) da startup. As empresas não divulgaram os termos dos negócios.

Os acordos anunciados hoje são a mais recente expansão dos esforços da OpenAI para fechar acordos com empresas de mídia em vez de enfrentá-las na Justiça sobre como usa notícias e outros conteúdos disponíveis na internet para o treinamento de suas ferramentas de IA.

A tecnologia generativa de IA por trás de produtos como o ChatGPT é criada usando enormes volumes de texto digital. A utilização de dados on-line tem sido uma prática comum por parte de empresas dessa área, mas essa prática tem levantado questionamento de criadores de conteúdo por desrespeitar seus direitos autorais.

A OpenAI e a Microsoft (investidora da startup que desenvolveu o ChatGPT) são processadas nos EUA pelo jornal The New York Times, que acusa as empresas de violação de seus direitos autoriais por usarem seu conteúdo em suas ferramentas de IA.

Escritores, programadores de computador e outros grupos de profissionais também entraram recentemente com ações de direitos autorais contra a startup e outras empresas que criam IA generativa, tecnologias que geram textos, imagens e outras mídias a partir de instruções curtas.

Em dezembro, o New York Times proibiu o uso de seu conteúdo por plataformas de IA sem autorização e justificou dizendo que “para produzir jornalismo de qualidade, investe uma enorme quantidade de tempo, dinheiro, experiência e talento”, e que se sua “capacidade de obter receitas” fosse colocada em dúvida, a qualidade e a quantidade da produção editorial diminuiriam.

A OpenAI contestou as alegações dizendo que o jornal induziu sua ferramenta a dar respostas com seu conteúdo.

A Editora Globo, que publica O Globo, Extra e Valor, também tomou a decisão editorial de não permitir o acesso a seu conteúdo por ferramentas de inteligência artificial.

Sobre o acordo com o Le Monde e o Prisa, Brad Lightcap, diretor de operações da OpenAI, disse que o objetivo é permitir que os usuários do ChatGPT “se conectem com as notícias de novas maneiras”:

— Estamos empenhados em apoiar o jornalismo aplicando novas tecnologias de IA e aumentando as oportunidades para criadores de conteúdo.

Nos próximos meses, os usuários do ChatGPT verão resumos de notícias do Le Monde e do Prisa no ChatGPT em respostas selecionadas, informou a OpenAI. As respostas do robô digital também fornecerão atribuições e “links aprimorados” para os artigos originais, dando aos usuários a capacidade de acessar informações adicionais ou artigos relacionados nos sites de notícias das duas empresas.

Antes deste acordo, a OpenAI já tinha anunciado o licenciamento de conteúdo com outras produtoras de conteúdo jornalistico, como a Axel Springer, e está em negociações semelhantes com CNN, Fox Corp. e Time.

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