Brasil

Organizações ambientais tentam brecar exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Ao todo, 80 ONGs e instituições enviaram ofício a representantes do governo

PetrobrasPetrobras - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Representantes de 80 organizações da sociedade civil e ambientais como WWF-Brasil e Greenpeace enviaram ofício nesta quarta-feira a ministérios e órgãos do governo federal para que não seja emitida licença de extração de petróleo e gás na polêmica Foz do Amazonas.

A Foz do Amazonas faz parte da Margem Equatorial, área considerada nova fronteira exploratória que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte. Levando em conta o plano de negócios da Petrobras até 2026, a estatal estima realizar investimentos da ordem de US$ 2 bilhões para as atividades exploratórias em toda a região.

Recentemente, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ressaltou a importância de desenvolver a região como nova fronteira de produção já que o pré-sal está perto de atingir seu pico de produção. A região da costa Amazônica abriga, por exemplo, 80% da cobertura de manguezais do Brasil.

Conforme já revelou O Globo, a estatal depende de uma licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para perfurar o primeiro poço, batizado de Amapá Águas Profundas a 160 km da costa e a 40 km da fronteira com a Guiana Francesa. O objetivo desse poço é comprovar a viabilidade econômica.

No ofício entre a diversos órgãos do governo, as entidades pedem que seja feita uma avaliação ambiental estratégica para a toda a região. “A abertura dessa nova fronteira exploratória é uma ameaça a esses ecossistemas e, também, é incoerente com os compromissos assumidos pelo governo brasileiro perante a população brasileira e a comunidade global", segundo um dos trechos.

As entidades pedem que seja feita uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para a bacia da Foz do Amazonas, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Ministério de Minas e Energia, com a efetiva análise sobre a compatibilidade da instalação da indústria petrolífera na região.

"Devem ser considerados os impactos cumulativos e sinérgicos de toda a cadeia produtiva sobre fatores ambientais e socioeconômicos e, também, o conjunto de blocos previstos pela ANP para a região, além de se garantir a transparência e ampla participação da sociedade", destaca o documento.

WWF e Greenpeace lembram ainda que é preciso concluir o estudo sobre a Base Hidrodinâmica da Margem Equatorial e a incorporação de seus resultados no estudo de modelagem de dispersão de óleo dos blocos e os planos de emergência com a Guiana Francesa. "Em suma, o pleito é de que não seja emitida licença de operação para nenhum bloco na bacia sedimentar da foz do Amazonas “enquanto não houver plena segurança técnica e jurídica para a tomada de decisão informada e precaucionária do órgão licenciador”, afirma o relatório.

Veja também

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês
Dólar

Dólar cai para R$ 5,42 e fecha no menor valor em um mês

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee
Falha no sistema

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Newsletter