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Argentina

Organizações sociais exigem auxílio contra inflação na Argentina

Manifestantes se reuniram na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, a sede da presidência

Manifestantes vão às ruas na Argentina em protesto por causa da alta inflação no país Manifestantes vão às ruas na Argentina em protesto por causa da alta inflação no país  - Foto: Luis Robayo / AFP

Organizações sociais de esquerda marcharam nesta quarta-feira (10) até o Ministério da Economia da Argentina, reivindicando que sejam recebidas por seu novo titular, Sergio Massa, e exigindo medidas e auxílios devido aos efeitos do descontrole inflacionário no país.

Marchando pelas principais avenidas do centro de Buenos Aires, milhares de manifestantes avançaram até uma concentração na tradicional Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, a sede da presidência, e o Ministério da Economia.

Entre as suas reivindicações, os movimentos sociais pedem o aumento do salário-mínimo e auxílios adicionais para aposentados, pequenos contribuintes, trabalhadores precarizados e beneficiários de programas sociais.

"O ministro [Massa] falou aos mercados, aos setores de poder, mas não teve uma resposta para os setores populares de como paliar um processo inflacionário que não dá trégua", advertiu Eduardo Belliboni, dirigente da organização Polo Obrero.

Manifestantes vão às ruas na Argentina em protesto por causa da alta inflação no país

Em uma série de tuítes na noite desta quarta-feira, Massa anunciou que o aumento previsto para os auxílios será de 15,53% em setembro, que também se aplicará à ajuda universal por filho e gravidez.

Além disso, o governo pagará um reforço entre 7.000 (50 dólares) e 4.000 pesos (28,5 dólares) por três meses para aqueles que recebem uma a duas pensões mínimas.

A marcha acontece na véspera da divulgação do índice oficial de inflação do mês julho, que deve superar 7%, o mais alto do ano, depois que os preços dispararam com a renúncia do ex-ministro da Economia, Martín Guzmán, que também teve reflexos no mercado de câmbio, com forte valorização do dólar, em especial no mercado paralelo.

O aumento do custo de vida, por sua vez, acumula 36,2% no primeiro semestre, e analistas do mercado estimam que alcançará 90% até o fim deste ano.

Para Manuel Orellana, militante do Movimento Socialista dos Trabalhadores Teresa Vive, as medidas anunciadas até agora pelo governo "mostram que, no contexto da crise social, econômica e política vigente no país, [o governo] quer que os setores populares e os trabalhadores arquem com as festas de poucos".

Os manifestantes afirmaram que pretendem permanecer na Praça de Maio, a noite toda se for necessário, até que sejam recebidos pelo ministro.

As organizações sociais recebem importantes auxílios do Estado e subsídios. O governo argentino disse que anunciará esta semana um aumento para os aposentados em geral e adicionará um bônus extra para os que recebem o valor mínimo de aposentadoria.

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