Pacheco avisa governo que presidente da Petrobras procurou apoio de senadores para se manter
Presidente do Senado alertou a líderes do governo e ministros sobre movimentos de Jean Paul Prates
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relatou a integrantes do governo que foi procurado por senadores para tentar ajudar o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a se manter no cargo. Parlamentares do PT, MDB e PDT, que tentaram ajudar Prates, buscaram Pacheco na semana passada.
O dirigente da empresa estatal foi senador pelo PT do Rio Grande do Norte e tem proximidade com uma parte da Casa Legislativa. Em conversas que também acontecem desde a semana passada, o presidente do Senado relatou a movimentação de Prates na Casa ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e aos líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).
Prates é alvo de uma crise dentro do governo e tem a permanência no cargo ameaçada. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, é cotado para sucedê-lo no comando da estatal.
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A possibilidade de saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras ganhou tração após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitir ter conflitos com o CEO da estatal. Os embates entre Prates e Silveira já vinham se arrastando desde o início do governo. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também tem restrições ao trabalho do presidente da Petrobras.
Pacheco é aliado próximo de Silveira e foi um dos responsáveis para a escolha dele no primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar disso, o presidente do Senado tem evitado comentar publicamente sobre a crise envolvendo o comando da Petrobras.
Mesmo admitindo as desavenças com Prates, o ministro de Energia disse a interlocutores que o nome de Mercadante para o cargo não faz parte de uma articulação que ele tenha participado.