Painel solar: alternativa para baratear conta de luz
Saiba como você pode contratar a instalação dos painéis solares e como funciona o serviço
O aumento na conta de energia causado pelo agravamento da crise hídrica do País gerou uma procura crescente por alternativas que podem ser mais viáveis economicamente. Mercado sustentável, a energia solar está sendo a opção encontrada por muitos consumidores. Os painéis fotovoltaicos ganham cada vez mais espaços nos imóveis, como residências, edifícios e prédios empresariais. Levantamento do Portal Solar, maior plataforma on-line de marketplace de energia solar, prevê um crescimento de aproximadamente 40% nas instalações de painéis solares em Pernambuco este ano, em comparação ao ano passado, mesma projeção que está sendo feita a nível nacional.
Saber como funciona esse serviço e entender seu custo é bem importante para quem deseja implantar o sistema. Os valores para adquirir variam de R$ 10 mil a custos como R$ 10 milhões, esse último utilizado para grandes indústrias. A Folha de Pernambuco vai apresentar como funciona o serviço dos painéis solares e suas funções.
“Hoje, as pessoas instalam painéis porque faz sentido financeiro. A decisão veio muito devido ao custo alto da energia elétrica. Fica bom para o meio ambiente, além de ser um benefício para o consumidor, pois o valor da parcela do financiamento para instalar o sistema é muito próximo ao valor que ele já está pagando na conta de luz”, explanou Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar e diretor da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar e diretor da Absolar. Foto: DivulgaçãoRetorno financeiro
De forma mais prática, Meyer exemplificou qual o retorno financeiro para o bolso do consumidor. “Uma residência que hoje paga, em Pernambuco, uma conta de energia em torno de R$ 500, vai pagar as parcelas do financiamento no mesmo valor ou até um valor mais baixo. Em torno de quatro anos depois do início do financiamento, o consumidor já consegue ter retorno do seu investimento. E, depois que terminar de pagar o financiamento, o consumidor só pagará o valor da taxa mínima de conexão para a distribuidora, em torno de R$ 50, quando a produção de energia dos painéis for igual ao gasto de energia do imóvel. No caso da produção maior do que o gasto, a energia produzida a mais é colocada na rede elétrica e o consumidor ganha crédito em quilowatt-hora [kWh] para utilizar em outros meses dentro do prazo de cinco anos. Caso a produção seja menor que o gasto com a energia, o consumidor pagará a diferença”, complementou Meyer.
Empresa que trabalha no mercado com instalações de painéis solares, a Blue Sol Energia Solar explica como é esse retorno financeiro para o consumidor. “As vantagens que a gente vê com a instalação é o fato de poder reduzir sua conta de energia entre 90% e 95%. Ou seja, depois que o consumidor terminar de pagar o financiamento, que, em média, dura de quatro a seis anos, o valor da conta de energia cairá bastante. E isso vai durar durante todos os anos que o sistema funcionar, de 25 a 30 anos”, contou Felipe Nascimento, franqueado da Blue Sol, no Recife, ao complementar que é importante, a cada ano, em média, realizar a manutenção das placas para verificar a limpeza e o funcionamento de outros componentes do sistema.
Felipe Nascimento, franqueado da Blue Sol Energia Solar, no Recife. Foto: Ed Machado/Folha de PernambucoCusto dos sistemas
De acordo com o CEO do Portal Solar, o sistema mais vendido atualmente no mercado é o de potência de 5.5 quilowatt (kW), que utiliza cerca de 12 painéis solares e ocupa uma área no telhado de cerca de 25 a 30 metros quadrados (m²). “Esse serve para uma conta de luz de R$ 500 na distribuidora de Pernambuco, que é a Neoenergia Pernambuco. Vai custar em torno de R$ 25 mil a R$ 26 mil, com retorno do investimento em quatro anos”, descreveu Meyer.
Painéis solares em cima de edifício no Centro do Recife. Foto: Arthur de Souza/Folha de PernambucoPara outros imóveis, os valores variam. Normalmente, o financiamento para residências custa, em média, de R$ 10 mil a R$ 70 mil; para prédios, de R$ 50 mil a R$ 100 mil; para pequenas e médias empresas, de R$ 50 mil a R$ 400 mil e, para indústrias, de R$ 400 mil a R$ 10 milhões.
Síndica do Edifício Santa Rita, na Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, Sonia Almeida contou que o prédio decidiu instalar painéis solares no mês passado, depois que a conta de energia passou a chegar a um valor muito alto. Os 32 painéis solares implantados vão servir para gerar energia para as áreas comuns do edifício, como elevadores, corredores, além da bomba d’água. “O espaço em cima do prédio permitiu a instalação das placas suficientes para as atividades em comum dos moradores. O valor de economia vai servir para a gente ir arrumando o prédio aos poucos, como a manutenção da fachada. Valeu a pena porque todo dia a conta de luz fica mais alta”, disse Sonia.
Síndica do edifício no Centro do Recife, Sonia Almeida. Foto: Arthur de Souza/Folha de PernambucoComo instalar
Para a instalação em residências, o sistema entra em funcionamento em torno de 60 a 90 dias. Para sistemas maiores, em torno de 90 a 120 dias. No primeiro momento, o cliente entra em contato com a empresa prestadora de serviço para realizar a análise da conta de luz. Nesse momento, é observado o consumo do imóvel e, por exemplo, quantos painéis solares são necessários para o local. Em seguida, há uma visita técnica da empresa para validar o local de instalação e saber se é preciso fazer adequações, como por exemplo, identificar se as placas vão caber no local, saber se o sol bate no telhado e saber o tipo do telhado.
Depois, o cliente realiza a aquisição do sistema solar a partir da proposta comercial da empresa em relação ao valor e formas de pagamento. Uma vez firmado o acordo, o processo irá para a responsabilidade da empresa, que solicita o parecer de acesso junto à distribuidora local – em Pernambuco, a Neoenergia Pernambuco. Nessa etapa, a empresa envia à distribuidora os documentos necessários para permissão da instalação.
Em seguida, ocorre a instalação dos painéis no imóvel. E, por último, uma vez instalados, a empresa solicita a vistoria da distribuidora, que vai até o local para vistoriar e trocar o relógio de luz.
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Crescimento do mercado
A crise hídrica do Brasil, causada pela escassez dos principais reservatórios do País, tem gerado um grande aumento na conta de energia elétrica dos consumidores. Desde o dia 1° de setembro, os brasileiros pagam uma taxa extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh na conta de luz, a chamada bandeira “escassez hídrica” anunciada pelo governo federal. O cenário crítico fez a procura, e, consequentemente, a compra dos painéis solares aumentarem em todo o Brasil. O levantamento do Portal Solar projeta 40% de crescimento em instalações este ano.
“Em todo o ano passado, o Portal Solar registrou 4.949 instalações em Pernambuco. Este ano, até o momento, já foram 5.121 instalações. Ou seja, já ultrapassou o número do ano passado e a tendência é aumentar até o final do ano, chegando próximo a sete mil instalações. E esperamos um segundo semestre ainda mais aquecido, até porque normalmente os picos de vendas dos painéis começam em setembro”, comentou Rodolfo Meyer.
No Brasil, mais de 213 mil instalações foram feitas até o momento, frente as 211 mil que foram feitas em todo o ano passado. A perspectiva do Portal Solar é que este ano o alcance seja perto de 300 mil sistemas instalados.
A Blue Sol identificou esse crescimento na sua demanda, principalmente nos últimos dois meses. O número de pessoas interessadas em instalar painéis aumentou praticamente 100% na empresa. “Aumentou também os contratos que fechamos para implantar. O mês de setembro ainda não terminou e já passamos o número de vendas do mês passado”, contou Felipe Nascimento.
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