Pandemia dá empurrão às empresas viralizarem no segmento online
Com lockdown, os negócios precisaram aprender e encontrar formas de funcionar
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Há cerca de dois anos ninguém imaginava passar pela crise sanitária que a pandemia da Covid-19 trouxe ao mundo. Com ela, muitas empresas fecharam, por falta de opção, sem poder abrir as portas. Contudo, diante das dificuldades impostas pela pandemia, com lockdown, os negócios precisaram aprender e encontrar formas de funcionar. Foi aí que todos passaram a perceber a real importância da internet e da criatividade na hora de fechar negócio.
A partir da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), foi constatado que em maio de 2020, 59% das empresas utilizavam a internet para vender on-line. Já em março deste ano, 67% das empresas vendem pela internet - um salto de 8% em 10 meses. Entre as plataformas mais “queridinhas”, o Whatsapp lidera com 84%, seguido de Instagram 54%, Facebook 51% e site próprio com 23%.
Para o gerente do Sebrae na RMR, Leonardo Carolino, é possível estabelecer a pandemia como um marco nunca antes vivido. “As mudanças de comportamento das pessoas causaram uma transformação em todos os setores da economia. Esses reflexos devem permanecer por anos”, afirma.
Ainda de acordo com Carolino, a principal mudança do ponto de vista empresarial é a conexão entre físico e digital. “Isso estava presente em poucas empresas que já tinham passado pelo processo de transformação digital. Com a pandemia, todos tiveram de embarcar nessa, que foi uma pedra basilar à transformação digital”, diz.
Para Carolino, uma característica muito forte que deve permanecer após a pandemia é a jornada do cliente. “Além disso, os meios de pagamento também mudaram. Hoje temos o PIX que revolucionou a forma de comprar”, explica o gerente do Sebrae ainda dizendo que a crise sanitária trouxe às empresas uma nova forma de enxergar os consumidores.
Segundo Carolino, antes da pandemia era muito forte o B2B - (Business to Business - vendas para outras empresas) e o B2C (Business to Consumer - vendas para consumidores). “Hoje temos o C2B que é justamente o inverso. Ou seja, o comportamento do consumidor que influencia na forma de fazer negócio. Isso muda completamente as estratégias de marketing e o posicionamento das empresas, seja nas redes ou no físico”, acrescenta.
Reinventar negócio ajuda no faturamento
Entre os setores que mais apostaram nas vendas digitais, o segmento de beleza ficou em segunda posição, atrás apenas de turismo. Ainda segundo o levantamento do Sebrae, o setor de beleza investiu mais nas ferramentas digitais, por conta da pandemia. De maio de 2020 para março de 2021, o setor teve um crescimento na presença digital, que saltou de 48% para 72%, respectivamente.
E foi pensando nesses aspectos, que Camy Moury proprietária do Camy Beauty Studio resolveu fazer para não ficar no prejuízo durante o período de lockdown. “Logo de início implementei o vale-corte para depois da pandemia. Comecei a fazer consultoria online e vender produtos para ajudar no faturamento”, explica.
Com relação a presença no mundo digital, Camy afirma que sempre esteve bem presente, mas com o lockdown passou a entender ainda mais a importância da ferramenta. “Ajuda demais, porque é um portfólio online que pode ser visto em qualquer lugar do Brasil. Em casa, consegui produzir mais conteúdo informativo e isso atraiu uma nova clientela”, destaca.
Com ajuda das redes sociais, Camy revela que conseguiu aumentar a clientela em cerca de 15%. Além disso, contratou mais uma cabeleireira e uma assistente (prestadoras de serviço) para ajudar no salão. O faturamento da empresa cresceu cerca de 30% após o retorno e segundo Camy, os bons ventos permanecem até hoje.