Para FMI, atraso em ciclo de cortes de juros pelo Fed pode ajudar a fortalecer dólar
Sobre a China, o economista afirmou que o país precisa focar mais no mercado interno para seu crescimento
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, disse que um atraso no ciclo de relaxamento dos cortes de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ajudar a fortalecer o dólar.
Gourinchas também destacou o rápido aumento da produtividade nos EUA desde a pandemia, o que tem atraído grande interesse de investidores.
Sobre a China, o economista afirmou que o país precisa focar mais no mercado interno para seu crescimento. "Os números de 2024 mostram que a economia chinesa se beneficiou de uma melhora no balanço externo. A China é uma economia muito grande e não pode depender apenas do resto do mundo para impulsionar seu crescimento", acrescentou.
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Ele reforça que qualquer fraqueza economia chinesa impacta negativamente os países em desenvolvimento que dependem de suas exportações para o país asiático.
No campo dos cortes de juros, a previsão feita por Gourinchas é a de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve continuar reduzindo as taxas ao longo de 2025. "Esperamos um corte por trimestre, o que também irá apoiar o crescimento do consumo no Reino Unido", disse.
Já o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve seguir a linha inversa e aumentar os juros mais duas vezes neste ano e outras duas em 2026, segundo o economista do FMI.
Quanto à Rússia, Gourinchas associou os altos custos da guerra na Ucrânia ao aumento da inflação no país, que, na visão dele, vive uma "economia de guerra".
O FMI recomendou que os países fortaleçam suas reservas fiscais para estarem mais preparados para enfrentar crises inesperadas, como choques energéticos ou interrupções no comércio global. A ideia é criar um "colchão" fiscal que permita uma resposta rápida a esses desafios, sem comprometer o crescimento econômico.