TECNOLOGIA

Parceria de Microsoft e OpenAI é alvo de análise do órgão regulador da concorrência do Reino Unido

Gigante do software já investiu US$ 13 bilhões na criadora do ChatGPT

Sam Altman, empresário, investidor, programador e fundador e CEO da empresa de inteligência artificial OpenAISam Altman, empresário, investidor, programador e fundador e CEO da empresa de inteligência artificial OpenAI - Foto: Jack Guez / AFP

O órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido anunciou que está investigando a parceria entre a Microsoft e a OpenAI, após as mudanças na diretoria da empresa pioneira da inteligência artificial.

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês), o órgão antitruste do Reino Unido, disse nesta sexta-feira que estava buscando opiniões das partes interessadas sobre se a recente colaboração das duas empresas poderia resultar em problemas de concorrência no Reino Unido. Após o anúncio, as ações da Microsoft caíram 0,5% no pré-mercado.

A ação do órgão antitruste coloca a gigante da tecnologia sob escrutínio mais uma vez, de uma forma que ela evitou em grande parte durante décadas. Há menos de dois meses, o drama em torno da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft só chegou ao fim quando a CMA acabou aprovando o negócio de jogos.

A Microsoft é a maior apoiadora da OpenAI, tendo investido US$ 13 bilhões na startup até o momento. A gigante do software incorporou vários dos produtos da OpenAI em seu conjunto de ferramentas empresariais, e a startup gasta quantias consideráveis nos serviços de nuvem da Microsoft.

O relacionamento entre as duas empresas se fortaleceu ainda mais depois que a Microsoft entrou em cena para ajudar a lidar com as consequências da dramática demissão do CEO Sam Altman pelo conselho de administração no mês passado, o que causou um choque no setor. Cinco dias depois de ser afastado, Altman voltou a liderar a OpenAi.

A CMA disse que analisará se o equilíbrio de poder entre as duas empresas mudou fundamentalmente para dar a uma das partes mais controle ou influência sobre a outra. Quando solicitado a comentar sobre a ação da CMA, um porta-voz da Comissão Europeia disse que o órgão regulador estava "acompanhando de perto a situação de controle sobre a OpenAI".

Brad Smith, presidente da Microsoft, disse no mês passado que não "vê um futuro em que a Microsoft assuma o controle da OpenAI".

Dois dias após a demissão de Altman, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que planejava contratá-lo para chefiar uma nova equipe voltada à IA, e a maior parte da equipe da OpenAI ameaçou ir para a Microsoft, a menos que Altman fosse readmitido. O executivo foi readmitido depois que dois dos quatro integrantes da diretoria da startup renunciaram.

Capitalistas venceram: Reviravolta de Altman na OpenAI significa a vitória de duas visões sobre a IA

A OpenAI nomeou um conselho interino de três pessoas, que, segundo a empresa, selecionaria novos diretores. Em 30 de novembro, a startup disse que nomearia a Microsoft como observadora sem direito a voto no conselho.

"A única coisa que mudou é que a Microsoft agora terá um observador sem direito a voto no Conselho da OpenAI, o que é muito diferente de uma aquisição como a compra da DeepMind pelo Google no Reino Unido", disse Smith.

Procurada pela reportagem, a OpenAI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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