Pequenos negócios geram renda de R$ 420 bilhões por ano, segundo o Sebrae
Dado foi divulgado na comemoração dos 50 anos da entidade, através do Atlas dos Pequenos Negócios. Em Pernambuco, 92% dos donos de negócios trabalham por conta própria
Os pequenos negócios no Brasil são capazes de gerar uma renda de R$ 420 bilhões por ano, sendo R$ 35 bilhões mensais. Os dados foram divulgados pelo ‘Atlas dos Pequenos Negócios’ do Sebrae, que mostra ainda que um em cada cinco brasileiros ocupados são empreendedores.
De acordo com o levantamento, que foi divulgado nesta terça-feira (5), dia em que o Sebrae comemorou 50 anos, neste ano, a renda familiar média do Microempreendedor Individual (MEI) está em R$ 4.180,00. O Atlas leva em consideração uma família formada por 3,1 pessoas, onde a partir disso a renda individual média de cada membro é de R$ 1.348,00.
Considerando a renda dos MEI em atividade, o levantamento do Sebrae mostra que todos os meses são gerados R$ 11 bilhões com o trabalho da atividade. Com isso, os microempreendedores individuais são capazes de injetar na economia brasileira R$ 136 bilhões.
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A pesquisa do Sebrae também fala sobre os donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, onde a renda média familiar desses empreendedores é de R$ 10.871,00. Com base no tamanho médio da família desse perfil de empresário (3,1 pessoas) é possível estimar a renda individual média em R$ 3.507,00. Considerando a renda das MPE em atividade, o Atlas mostra que são R$ 23 bilhões gerados mensalmente pelo trabalho dos proprietários desses negócios. No período de 1 ano, o valor total gerado por esse perfil de empresa chega a R$ 280 bilhões.
“Ao analisarmos os números, observamos uma renda média de R$ 5 mil no Brasil, mas também percebemos que 86 milhões de brasileiros são beneficiados pela atividade e ainda sendo responsáveis por 54% dos empregos de carteira assinada no País, criando 78% empregos formais em 2021”, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Autoemprego
Em Pernambuco, ser MEI foi uma decisão tomada por algumas pessoas. No Estado, 92% dos donos de negócios trabalham por conta própria, ou seja, não tem funcionários, como conta o analista técnico da unidade de gestão estratégica e inteligência do Sebrae, Kennyston Lago.
“Esses dados pegam o informal e o formal, mas abrangem o empreendedorismo. O fato dele ser conta própria mostra que ele se emprega, é uma ocupação e é considerado um trabalho, sendo MEI, ele consegue ainda ter CNPJ, uma atuação mais assegurada com suportes e benefícios, além de conseguir empregar outras pessoas”, declarou.
Segundo o Atlas, no Estado, a proporção de Donos de Negócios é diversificada. O setor de serviços corresponde a 38% das empresas; enquanto 25% estão no comércio; 16% na agropecuária; 11% na construção; e 10% na indústria.
Fonte de renda
No levantamento, foi constatado ainda que 78% dos microempreendedores individuais têm a atividade como a única fonte de renda. O dado representa que são cerca de 6,7 milhões de MEI em atividade que dependem exclusivamente do seu trabalho como empreendedores.
Reunindo todo o universo dos pequenos negócios(MEI + MPE) o dado revelado pelo Atlas do Sebrae é que existem 11,5 milhões que dependem da sua atividade empresarial como única fonte de renda.
De acordo com Carlos Melles, a atividade vem contribuindo para que mais pessoas deixem a informalidade. “A vontade de empreender cresceu 75%, metade disso por necessidade e o que estamos percebendo é que a formalização de pessoas conseguiu incluir esses brasileiros. O MEI ele consegue pagar previdência, foi uma responsabilidade grande fazer uma legislação que valoriza a previdência, são 20 milhões que contribuem para a previdência e conseguem aposentar, é um benefício. Isso foi uma transformação boa, o empreendedor é dono do negócio, administrador do tempo dele”, disse.
Lançamentos
Como comemoração dos 50 anos de atuação, o Sebrae lançou ainda o Canal Empreender, uma ferramenta que vai auxiliar os empreendedores no aprimoramento das empresas. “Será uma TV que vai ser especialista em passar o que todos os estados fazem, trazer uma metodologia, conhecimento e disponibilizar para o Brasil, uma troca de experiência”, afirmou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.