Petrobras anuncia redução de 39% no pagamento de dividendos a acionistas no 2º trimestre
Nova política de distribuição de lucros da estatal tem como objetivo agora reservar mais recursos para reinvestimentos
Com a nova política de distribuição de dividendos, a Petrobras, que registrou queda de 47% em seu lucro no segundo trimestre, anunciou que vai distribuir R$ 1,149304 em dividendos por ação ordinária e preferencial aos seus acionistas. Ao todo, o montante chega a R$ 15 bilhões. Trata-se de uma queda de 39% em relação ao que foi pago no primeiro trimestre deste ano.
Em maio, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos referentes ao primeiro trimestre. Na ocasião, a estatal anunciou a distribuição de R$ 1,893577 por ação ordinária e preferencial em circulação.
Na nova política, anunciada semana passada, a empresa mudou sua fórmula de cálculo de dividendos. Agora, a companhia vai distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre (valor que sobra do caixa gerado com a operação depois de descontados os investimentos).
Até então, a estatal praticava outra fórmula, criada na gestão de Roberto Castello Branco, primeiro executivo indicado para presidir a estatal no governo de Jair Bolsonaro. O modelo de distribuição de dividendos previa que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras poderia distribuir aos seus acionistas 60% do fluxo de caixa livre. No fim de 2021, sob gestão de Joaquim Silva e Luna, a estatal passou a permitir a antecipação de dividendos.
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Na nova fórmula, a estatal informou que o percentual de 45% só será aplicada caso a dívida bruta for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (de US$ 65 bilhões). O atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o presidente Lula têm defendido que a empresa reforce seu caixa para aumentar os investimentos, inclusive em transição energética.
Valor é compatível com finanças da empresa, diz Petrobras
Em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal disse que " a aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural". Serão duas parcelas a serem pagas, uma em novembro e outra em dezembro.
De acordo com a empresa, foi mantida a remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent for superior a US$ 40 por barril. Na nova política de remuneração, a companhia também anunciou que poderá recomprar ações no mercado
A nova política foi resultado de um grupo de trabalho formado por 11 pessoas, que inclui representantes das áreas financeira, jurídica, tributária e de governança da estatal para rever o modelo.