Petrobras elege Mário Spinelli para comandar diretoria responsável por casos de assédio e corrupção
Cargo esteve no centro de disputas internas entre integrantes do Comitê de Pessoas indicadas pelo governo de Jair Bolsonaro e representantes dos funcionários e atual diretoria
O Conselho de Administração da Petrobras elegeu o especialista em Compliance Mário Spinelli como o novo diretor-executivo de Governança e Conformidade. A diretoria é responsável por investigar casos de assédio sexual e moral, além de denúncias de corrupção.
Nesta terça-feira (25), a FUP denunciou que a lista tríplice, enviada ao Conselho de Administração da estatal nesta quarta, havia ganhado um quarto nome de última hora, Salvador Dahan, que ocupou o cargo até o dia 13 de abril, quando terminou o seu mandato.
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Representantes dos funcionários e a atual diretoria, liderada por Jean Paul Prates, eram contra a eleição de Dahan. Ao mesmo tempo, a maior parte dos integrantes do Comitê de Pessoas (Cope), do qual fazem parte membros do Conselho de Administração atual e um integrante externo, defendia a continuidade de Dahan. O time foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro.
A lista tríplice para o cargo de diretor de Governança e Conformidade é feita por um grupo de trabalho, nomeado pela diretoria executiva da estatal. É o único caso, entre a diretoria, que a escolha precisa passar por uma indicação externa.
Quando chegou a lista tríplice, enviada pela diretoria executiva da Petrobras, os membros do Cope e conselheiros atuais alinhados ao antigo governo a consideraram "fraca", sem nomes relevantes. Por isso, o Cope apontou o nome de Dahan em reunião interna.
A resistência ao antigo ocupante do cargo se baseia no fato de que o diretor-executivo de Governança e Conformidade atua sob a Ouvidoria, área responsável pelas denúncias de assédio moral e sexual na empresa. Recentemente, a Petrobras foi alvo de uma série de denúncias e fez uma revisão em seus procedimentos.
Segundo seu perfil no LinkedIn, Mário Spinelli é professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV) e doutor em Administração Pública e Governo pela mesma universidade.
Também foi ouvidor-geral da Petrobras, secretário de Prevenção à Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, conselheiro do COAF e auditor federal de Finanças e Controle da CGU.