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BRASIL

Petrobras: entenda o que está no radar do mercado após Prates assumir o comando

Política de preços, valor dos dividendos e investimento em energia renovável estão entre as preocupações dos investidores

PetrobrasPetrobras - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

No dia em que o Conselho de Administração da Petrobras confirmou Jean Paul Prates, o indicado pelo governo, no comando da estatal, as ações ordinárias (com voto) da petroleira caíram 2,79%. O nome de Prates não era surpresa para ninguém, mas a queda dos papéis refletiu a preocupação dos investidores com os rumos da companhia na nova gestão.

Política de preços, investimentos em energia renovável, suspensão da venda de ativos, redução nos dividendos para garantir um volume maior de investimentos e uso da companhia para políticas públicas são algumas das preocupações recorrentes citadas por analistas de mercado. Já se sabe que a empresa terá um novo rumo neste governo, mas ainda não se sabe exatamente qual será.

O governo pretende mudar a política de paridade de preços da Petrobras, que repassa a flutuação do barril do petróleo e do dólar. Recentemente, Jean Paul Prates já disse que não haverá intervenção e que os valores serão vinculados ao mercado internacional “de alguma forma”. Ele é a favor de um fundo de equalização para atenuar o impacto de picos na cotação do óleo.

Durante anos a Petrobras concentrou esforços em reduzir seu endividamento e investir no pré-sal. O novo governo pretende ampliar o escopo de atuação para que ela invista também em energia renovável. O movimento já foi seguido por outras petroleiras, mas exigirá um aporte maior de recursos, o que pode significar dividendos menores aos acionistas.
 

O governo determinou que a estatal suspendesse o programa de venda de ativos, um fator que havia contribuído para a redução do endividamento. Em outra frente, defende a construção de refinarias. Para isso, será necessário renegociar os termos de acordo com o Cade, órgão de defesa da concorrência, que prevê a venda de unidades para abrir espaço ao setor privado.

Integrantes do governo, como o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já declararam que a Petrobras deve voltar a investir em unidades de fertilizantes. A estatal havia saído do setor para concentrar sua atuação em negócios centrais. Depois da guerra da Ucrânia, que elevou o preço de fertilizantes, o setor passou a ser visto como estratégico.

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