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NEGÓCIOS

Petrobras vai manter retenção de dividendos em assembleia em abril

Ações da empresa acumulam uma perda de 5,75% neste ano

PetrobrásPetrobrás - Foto: Arquivo/Agência Brasil

A Petrobras confirmou, em documento enviado nessa sexta (22), à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vai propor apenas os dividendos ordinários aos seus acionistas na próxima assembleia geral ordinária (AGO), prevista para 25 de abril, deixando decisão sobre uma remuneração extra para outro momento

A estatal confirmou o pagamento de R$ 14,2 bilhões, com data-base da posição acionária no dia da AGO. Com isso, em relação a todo o ano de 2023, a estatal terá pago R$ 72,4 bilhões em proventos a seus acionistas.

O pagamento ocorrerá de acordo com o seguinte cronograma: uma parcela de R$ 7,1 bilhões, com pagamento no dia 25 de maio e uma parcela de R$ 7,1 bilhões, com pagamento em 20 de junho. A remuneração total aos acionistas será de R$ 76 bilhões, sendo R$ 72,4 bilhões como dividendos e R$ 3,6 bilhões como recompra de ações, confirmou a estatal.

A proposta de remuneração foi decidida em uma tensa reunião do conselho de administração no dia 7 de março. A proposta da diretoria da companhia, de pagar metade dos dividendos extraordinários aos acionistas, não foi levada à votação, segundo ata divulgada ontem.

Na reunião, do início de março, foram discutidas apenas as propostas dos membros do conselho administrativo indicados pelo governo, de reter 100% dos dividendos, e dos indicados pelos acionistas minoritários, de distribuir 100% dos proventos - alternativa que foi derrotada. Com a decisão, as ações da companhia caíram e a estatal perdeu por volta de R$ 50 bilhões de valor de mercado em um dia.

A tendência agora, porém, é de que em algum momento esses proventos sejam distribuídos aos acionistas, principalmente depois que o Ministério da Fazenda ganhou uma cadeira no órgão máximo da estatal - secretário executivo adjunto da pasta, Rafael Dubeux, foi o indicado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta convencer o governo sobre o benefício do pagamento nas contas da União, acionista majoritário da Petrobras.

A decisão de reter os dividendos extraordinários, segundo apurou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), prevaleceu por seis votos a quatro, com uma abstenção. Teriam votado contra a distribuição e pelo envio de R$ 43,9 bilhões para a reserva de remuneração cinco conselheiros indicados pelo governo, além da representante dos trabalhadores. Já os quatro representantes de acionistas minoritários teriam votado a favor da distribuição de 100%.

Em meio a esses ruídos de que os valores retidos seriam usados em investimentos, com o objetivo de acelerar o crescimento econômico, Jean Paul Prates se apressou em dizer que os recursos estão reservados para dividendos futuros e não poderão ser usados para outros fins.

As ações da empresa acumulam uma perda de 5,75% neste ano.

"'Espuma"
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou as recentes críticas à interferência do governo na Petrobras como "crises de espuma". Segundo ele, a companhia segue apresentando bons resultados e os supostos problemas foram criados "artificialmente". "Eu não vejo crise alguma", disse. em entrevista ao programa Bom dia, ministro, da TV Brasil, exibido na quinta-feira.

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