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BRASIL

Petrobras vai usar tecnologia inédita da Nasa para monitorar sinais de petróleo na Margem Equatorial

Com capacidade de escanear quase toda a superfície terrestre duas vezes a cada 12 dias, o satélite fornecerá dados detalhados sobre mudanças na região de interesse da companhia brasileira para exploração de petróleo

Foto: iStock

A Petrobras foi aceita no programa de primeiros usuários da missão NISAR, da Nasa, um projeto conjunto da agência espacial americana e da Organização Indiana de Pesquisa Espacial para monitorar por satélite mudanças na superfície da Terra. A estatal vai usar a tecnologia para acompanhar a Margem Equatorial Brasileira, área de interesse para exploração de petróleo, no trecho Amapá-Pará-Maranhão.

O satélite, que será lançado em 2025, traz um sistema inédito de coleta de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética), que poderá ser usado no projeto Observatório Geoquímico Ambiental da Margem Equatorial Brasileira (ObMEQ).

 

— Há interesses científicos convergentes entre as iniciativas, razão pela qual foi estabelecida uma cooperação formal com a missão espacial, com o objetivo de conectar os membros da equipe brasileira com especialistas Nisar, que possam assessorar no plano de observação para o ObMEQ, e se beneficiar da troca de informações de campo na costa da Margem Equatorial — explica Renata Baruzzi, diretora de engenharia Tecnologia e Inovação da Petrobras.

O NISAR utiliza a tecnologia de radar de abertura sintética (SAR), permitindo mapear grandes áreas do planeta com alta resolução, independentemente das condições climáticas ou de luminosidade. Seu sistema opera com dois radares: a banda-L (fornecida pela NASA) e a banda-S (fornecida pela ISRO), que emitem sinais de micro-ondas capazes de penetrar nuvens e operar no escuro.

 

Região que será monitorada Região que será monitorada — Foto: Divulgação

Com capacidade de escanear quase toda a superfície terrestre duas vezes a cada 12 dias, o NISAR fornecerá dados detalhados sobre mudanças no solo, derretimento de geleiras, deslocamentos causados por terremotos, deslizamentos de terra e outros fenômenos naturais. Além disso, o equipamento poderá monitorar o desmatamento, o avanço das mudanças climáticas, a gestão de recursos naturais, como no caso da parceria com a Petrobras, e até sinais de petróleo nas águas.

O NISAR será equipado com um refletor de 12 metros de diâmetro, que transmitirá e receberá sinais de radar, criando imagens em alta precisão. Essa tecnologia possibilitará medir deslocamentos milimétricos na superfície terrestre, gerando mapas em 3D e detectando mudanças graduais ao longo do tempo.

O satélite será lançado a partir do centro espacial Satish Dhawan, na Índia, e marcará a primeira colaboração técnica entre as duas agências espaciais em uma missão de observação da Terra.

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