Petróleo cai, arrastado por inflação nos EUA, gerando temores sobre a demanda
Antes da publicação destes dados de inflação, os preços do petróleo se encaminhavam claramente para a alta. Mas deram uma guinada brutal
Os preços do petróleo recuaram nesta terça-feira (13) após a publicação dos dados sobre a inflação nos Estados Unidos, que se mantém elevada, gerando temores de uma recessão e de um enfraquecimento da demanda.
Em Londres, o preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro recuou 0,88%, fechando a 93,17 dólares.
Já em Nova York, o barril de West Texas Intermediate (WTI) para entrega em outubro fechou em queda de 0,53% a 87,31 dólares.
O índice dos preços ao consumo, CPI, "matou a galinha dos ovos de ouro", comentou Robert Yawger, analista da Mizuho.
Depois de alcançar em junho seu maior nível em mais de de 40 anos, 9,1%, a inflação se moderou em julho, situando-se em 8,5% em 12 meses. Em agosto, a inflação em 12 meses ficou em 8,3% segundo dados publicados nesta terça, que deram conta de uma moderação inferior à esperada pelos analistas, um resultado que abalou os mercados.
Antes da publicação destes dados de inflação, os preços do petróleo se encaminhavam claramente para a alta. Mas deram uma guinada brutal.
"É um fato que pressagia uma destruição da demanda" de petróleo, segundo o especialista.
"A inflação se mostra muito mais preocupante" do que o previsto "e isso aumenta o risco de ver o Fed (Federal Reserve, banco central americano) empurrar a economia para uma recessão", ressaltou Edward Moya, analista da Oanda, em alusão aos fortes aumentos das taxas de juros, decididos pelo organismo para combater a alta dos preços.
Por outro lado, persiste a ameaça de que a Opep e seus parceiros da Opep+ voltem a reduzir a produção para deter a queda dos preços, outro fator de peso para o mercado.