Petróleo cai por expectativa de desescalada no Oriente Médio e aumento de reservas nos EUA
Blinken afirmou hoje que chegou a "hora" de pôr fim à guerra em Gaza
Os preços do petróleo cederam nesta quarta-feira (23) depois das declarações do secretário de Estado americano em Israel, que pediu o fim da guerra em Gaza, em um contexto de aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos.
A cotação do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em dezembro, caiu 1,38%, para 74,99 dólares. Por sua vez, o West Texas Intermediate (WTI), referência no mercado americano com vencimento em dezembro, cedeu 1,89%, para 70,78 dólares.
O mercado viu-se "freado" pela visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao Oriente Médio, e pela "possibilidade de uma espécie de cessar-fogo" com o "Hezbollah" e o "Hamas", disse à AFP Robert Yawger, da Mizuho USA.
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Blinken afirmou hoje que chegou a "hora" de pôr fim à guerra em Gaza e urgiu Israel a evitar uma escalada em seu conflito com o Irã.
"Desde 7 de outubro do ano passado, Israel alcançou a maioria de seus objetivos estratégicos no que diz respeito a Gaza", declarou Blinken em Tel Aviv, onde iniciou sua 11ª viagem regional desde o começo do conflito e a primeira desde a intensificação das hostilidades entre Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah.
"Agora é hora de transformar essas conquistas em um sucesso duradouro e estratégico", acrescentou, antes de partir para a Arábia Saudita.
Esses chamados à moderação pressionam para baixo os preços do petróleo, ao afastarem o risco de uma ruptura da cadeia de abastecimento, em especial a partir do Irã, que produziu 3,4 milhões de barris de petróleo em setembro, segundo a Agência internacional de Energia (AIE).
O petróleo também se viu pressionado para baixo nesta quarta pelas informações sobre os estoques nos Estados Unidos.
As reservas comerciais de petróleo nos Estados Unidos cresceram na semana passada, segundo dados publicados pela Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), um movimento que se explica principalmente pelo aumento das importações.
Na semana encerrada em 18 de outubro, as reservas comerciais de petróleo nos Estados Unidos aumentaram em 5,5 milhões de barris, mais que o milhão esperado pelos analistas, segundo o consenso reunido pela agência Bloomberg.
Este incremento deve-se, sobretudo, ao aumento das importações (+16,3% em uma semana), além de uma queda das exportações, embora ligeira (-0,27%). O aumento também se explica por um novo ajuste estatístico da EIA.
"Com preços que já caíram hoje, este relatório não incentiva a comprar", resumiu Matt Smith, da Kpler.