Petróleo fecha em forte baixa após reunião da Opep+
Líderes da aliança Opep+, se reuniram no domingo e anunciaram um prolongamento da política de cortes de produção até dezembro de 2025
Os preços do petróleo caíram com força nesta segunda-feira (3), com o Brent inclusive ficando abaixo de US$ 80 o barril, depois que a aliança Opep+ anunciou no domingo que mantém os cortes de produção, mas se prepara para abrir as torneiras.
O barril Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, caiu 3,39% nesta segunda, para 78,36 dólares. Por sua vez, o WTI, referência nos Estados Unidos, recuou 3,59%, para 74,22 dólares.
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Os dois barris estão em seus valores mínimos desde fevereiro.
Tamas Varga, analista da PVM Energy, explicou à AFP que a queda nos preços está relacionada com a reunião da Opep+ de domingo.
"O mercado está decepcionado de que o grupo vai abandonar progressivamente algumas de suas restrições à produção, apesar da ausência de sinais tangíveis de uma melhora da demanda", indicou.
Os 12 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, e seus 10 aliados, liderados pela Rússia, que formam a aliança Opep+, se reuniram no domingo e anunciaram um prolongamento de sua política de cortes de produção até dezembro de 2025.
Além disso, oito países-membros da aliança - Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã - anunciaram que vão prolongar por alguns meses seus cortes voluntários de produção de petróleo.
Mas esse grupo de países manterá essa política até setembro de 2024 e, depois, "eliminarão gradualmente" esses cortes.
A reunião permitiu precisar quando a aliança "pretende acabar com sua política de redução da oferta", explicou Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote.
Em uma nota de análise, o banco Goldman Sachs descreve a decisão da Opep+ como "bearish", ou de flexibilização. Dito de outro modo, a aliança se prepara para abrir as torneiras e isso vai derrubar os preços.
"Esta decisão ocorre quando a incerteza sobre as perspectivas da demanda chinesa pesam sobre as matérias-primas", lembrou à AFP Lukman Otunuga, analista da FXTM.