Petróleo se recupera com queda das reservas nos EUA
O preço do barril Brent do Mar do Norte, de referência na Europa e com vencimento em setembro, subiu 0,49%, para 85,08 dólares
As cotações do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira (10), pela primeira vez em quatro sessões, impulsionadas por uma nova queda das reservas comerciais da commodity nos Estados Unidos e uma recuperação técnica.
O preço do barril Brent do Mar do Norte, de referência na Europa e com vencimento em setembro, subiu 0,49%, para 85,08 dólares. Seu equivalente no mercado americano, o West Texas Intermediate (WTI), avançou 0,84%, para 82,10 dólares.
Situado próximo do equilíbrio, o petróleo voltou a subir após a publicação do relatório semanal da Agência de Informação sobre Energia (EIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que apontou uma redução de 3,4 milhões de barris nos estoques comerciais americanos.
Leia também
• Petróleo cai após passagem do furacão Beryl nos EUA
• Petróleo fecha em queda, com força do dólar após falas de Powell e menor riscos por Beryl
• EUA estendem licença para vender gás liquefeito de petróleo para Venezuela
Essa evolução pegou de surpresa os analistas, que esperavam um aumento médio de um milhão de barris, segundo o consenso elaborado pela agência Bloomberg.
Essa surpresa deveu-se principalmente à aceleração registrada nas refinarias americanas, que utilizaram 95,4% de sua capacidade na semana encerrada em 5 de julho, contra 93,5% do período anterior.
"Os estoques de produtos destilados aumentaram e a demanda" de produtos refinados "se moderou um pouco" (-1,6% na semana), comentou Bart Melek, da consultoria TD Securities. "Mas, na margem, o relatório foi positivo" para os preços, acrescentou.
Os analistas do banco JPMorgan afirmam que o consumo de petróleo aumentou mais que o previsto nos últimos dias. Eles atribuem isso a um aumento do tráfego aéreo nos Estados Unidos e na China, bem como às condições meteorológicas no Oriente Médio.
Nesta quarta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) confirmou suas previsões de demanda, que continua considerando um aumento em 2,2 milhões de barris diários em 2024 e em 1,8 milhão em 2025.
Os operadores também assinalaram que a Opep havia revisado ligeiramente para cima sua estimativa de crescimento para este ano, para 2,9%, contra os 2,8% da previsão anterior, o que contribuiu para impulsionar os preços, segundo José Torres, da corretora Interactive Brokers.
Para Bart Melek, o aumento de hoje também se deve a "fatores técnicos", já que o mercado se recuperou após três sessões consecutivas em baixa.
"Ainda estamos em um corredor, e não há razão para pensar que vamos subir muito mais", afirmou o analista da TD Securities.
Nas últimas semanas, o WTI fracassou em diversas ocasiões na hora de superar seu máximo registrado no final de abril, de 84,46 dólares.