operação sofisma

PF investiga corrupção envolvendo a Fundação Getulio Vargas

Cerca de 100 agentes cumprem mandados de busca e apreensão contra fundação; entre os investigados, estão mebros da família Simonsen

Operação da Polícia FederalOperação da Polícia Federal - Foto: Divulgação/PF (Arquivo)

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A Polícia Federal (PF) realiza uma ação contra um esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro implementado por organização criminosa através de uma instituição de ensino. Entre os investigados estão membros da família Simonsen, fundadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e parentes do ex-ministro da Economia Mario Henrique Simonsen (1935-1997), como Ricardo Simonsen, MariaI Inês Norbert Simonsen e Rafael Norbert Simonsen, segundo o site g1.

A operação Sofisma teve início com as investigações em 2019, após informações de que a instituição era utilizada por órgãos federais e por vários outros órgãos estaduais para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de contratos que resultaram em pagamento de propinas, funcionando como um verdadeiro “biombo legal”.

O nome da ação faz alusão à figura grega dos sofistas, filósofos que, através da argumentação, transvestiam de veracidade informações que sabiam ser falsas, com a intenção de manipular a população.

De acordo com a Polícia Federal, os envolvidos, através da fundação, superfaturavam contratos realizados por dispensa de licitação e fraudavam "processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela".

Em seguida, ocorriam lavagem de dinheiro, evasão de divisas e de ilícitos fiscais com o envio dessa verba para offshores em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas. No Brasil, também são usadas empresas de fachada. Agentes estão em endereços ligados a envolvidos do esquema, como a sede da própria FGV, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

Cerca de 100 policiais federais cumprem 29 mandados de busca e apreensão, dos quais 23 mandados no Rio e três em São Paulo, expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Também foram emitidas ordens de sequestro e cautelares restritivas.

As penas dos fatos investigados podem chegar a quase 90 anos de prisão, segundo a PF.

A FGV e os citados forma procurados. A reportagem aguarda resposta.

Inquérito do MP do Rio
A Fundação Getúlio Vargas já esteve na mira do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP), desde 2018, que apurou eventuais atos de improbidade na assinatura de um termo de cooperação técnica entre a instituição e o Estado do Rio de Janeiro, a partir da gestão do ex-governador Sérgio Cabral. A instituição foi alvo de um inquérito civil através do MP com base na delação premiada do ex-operador do esquema de propina do ex-governador do Rio, Carlos Miranda. Em depoimento, ele disse que a negociação do processo de leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ), iniciado em 2006 e que contou com consultoria da FGV, ocorreu com a promessa de pagamento de R$ 6 milhões em propina ao esquema comandado por Cabral.

À época, segundo o Ministério Público, a direção da FGV subcontratou o Banco Prosper, que recebeu valores superfaturados para o repasse da propina. Ainda teria havido desvio de dinheiro público na venda do direito de exploração do processamento da folha de pagamentos dos servidores do estado. O ex-dirigente do banco, Edson Figueiredo de Menezes, foi preso em agosto de 2018, após a delação de Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral que desvelou todo o esquema aos promotores.

Procurada pelo GLOBO, a defesa do ex-governador Sérgio Cabral informou que não vai se manifestar sobre o caso por ora.

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