Logo Folha de Pernambuco

brasil

PIB subiu 2,9% no primeiro ano do governo Lula 3; veja qual foi o desempenho nos outros governos

Resultado supera Bolsonaro, mas ficou atrás de Lula 1, de Dilma 1 e de FHC 1

Dilma, Lula e Bolsonaro Dilma, Lula e Bolsonaro  - Foto: Reprodução

A economia brasileira cresceu 2,9% no primeiro ano do governo Lula 3, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (1°). O desempenho é superior ao observado no início do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e também ao longo do primeiro ano de governo de Michel Temer e de Dilma Rousseff 2.

Veja a seguir como foi o desempenho dos primeiros anos de mandatos de outros presidentes:

Os dados anuais do PIB foram compilados pela consultoria MB Associados. Pela ótica da oferta, o ano de 2023 foi impulsionado principalmente pela alta do agronegócio. O setor teve a melhor safra de grãos da História do país no ano passado. O bom desempenho dos serviços também contribuiu para o resultado positivo da economia ao longo do ano.

O crescimento em 2023 só perde para três outros períodos da história recente, nesta comparação: o primeiro ano do governo Dilma 1 (4%), o primeiro ano do segundo mandato de Lula 2 (6,1%) e o primeiro ano do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (FHC), com 4,4%.

Primeiro ano é crucial, diz analista
O primeiro ano de mandato é crucial para dar o tom da gestão de um presidente, explica Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Isso porque, no ano pós eleição, o governo tem mais espaço - tanto de tempo quanto de capital político-econômico - para emplacar suas reformas e fazer os ajustes que julga necessário em prol do crescimento econômico.

"É o momento em que o governo tem que mandar o Orçamento para o Congresso e tem uma abertura maior para fazer política econômica de acordo com o que o Executivo pensa. No segundo ano de governo já tem eleição municipal, que é um elemento que atrapalha o andamento de reformas."

Veja, abaixo, os principais fatos econômicos nos mandatos presidenciais desde o Plano Real, que estabilizou a economia dando fim à hiperinflação:

Fernando Henrique Cardoso 1 (1995): 4,2%
O primeiro ano do mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso registrou alta de 4,4% no PIB, surfando no bom momento da economia iniciado com o Plano Real, criado na gestão de FHC à frente do Ministério da Fazenda e implantado em julho de 1994, dando fim a décadas de hiperinflação no país.

FHC 2 (1999): 0,5%
O país passou por uma maxidesvalorização em janeiro de 1999, quando acabou o regime cambial adotado nos primeiros anos do Plano Real para ajudar no controle da inflação. Isso aumentou o déficit nas contas externas do país, elevou a dívida pública e quase levou o país a recessão. Na economia internacional, vários países emergentes como o Brasil viveram crises cambiais nesse período.

Lula 1 (2003): 1,1%
Depois de uma eleição difícil, em que o câmbio brasileiro disparou, o primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou uma mudança de orientação na política econômica. “Lula pagou um pouco o preço dos ajustes que tiveram que ser feitos por conta da sua eleição", avalia Vale.

O boom das commodities, com o avanço da China e a recuperação da economia global, ajudou nas exportações brasileiras. O governo fez uma Reforma da Previdência que endureceu as regras de aposentadoria dos servidores públicos.

Lula 2 (2007): 6,1%
O aumento de renda da população, graças à geração de emprego e a programas sociais como o Bolsa Família, estimularam o consumo. Além disso, a inflação sob controle e saldos comerciais expressivos criaram um ambiente mais favorável para investimentos. O cenário internacional também era favorável, com taxas de juros muito baixas. Foi também neste ano que o Brasil se tornou credor do FMI (Fundo Monetário Internacional) após saldar sua dívida com a instituição em 2005.

Dilma Rousseff 1 (2011): 4%
O primeiro ano do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff capturou efeitos do forte crescimento econômico observado em 2010, último do governo Lula e ano das eleições presidenciais, quando um aumento dos gastos públicos iniciado pós crise global de 2008 se acelerou e ajudou na alta do PIB.

Dilma 2 (2015): -3,6%
Já o primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff foi marcado pela queda de mais de 3,% do PIB brasileiro. Para Vale, a retração da economia foi o pagamento dos sucessivos erros econômicos do governo. Naquele ano, a crise política interna e as políticas de ajuste fiscal afetaram o desempenho da atividade econômica. A queda nos preços das commodities também foi um vento contrário.

Michel Temer (2017): 1,3%
O PIB brasileiro mostrou sinais de recuperação ao longo do primeiro ano do mandato de Michel Temer, que assumiu interinamente em maio de 2016 após o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff. A recuperação das economias globais aumentou a demanda por commodities.

O Banco Central reduziu as taxas de juros, de 13,75% no ínicio do ano para 7,5% no fim do ano, estimulando o consumo das famílias e os investimentos. O mercado de trabalho começou a se recuperar após a crise econômica de 2015 e 2016. Além disso, a adoção do programa de recuperação fiscal e a aprovação da Reforma Trabalhista buscavam tornar mais favorável o ambiente de negócios no país.

Jair Bolsonaro (2019): 1,2%
No primeiro ano do governo Bolsonaro, a agenda de reformas e corte de gastos deu o tom da política econômica. A taxa básica de juros Selic seguiu em patamar baixo (6,5%) e ficou estável ao longo de quase todo ano.

A Reforma da Previdência foi aprovada em novembro.

Lula 3 (2023): 2,9%
A supersafra do setor agrícola, no primeiro semestre, manteve a economia aquecida. Uma recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, a manutenção de gastos sociais e o maior espaço fiscal aberto pela PEC da Transição (aprovada após as eleições de 2022) proporcionaram um crescimento maior do PIB.

Veja também

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"
IA

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"

Newsletter