PIS/Cofins

PIS/Cofins: presidente de comissão do Senado crítica MP que muda regras do imposto

Vanderlan Cardoso (PSD-GO) defende em grupo do WhatsApp devolução da norma editada pelo governo

 Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso, criticou a Medida Provisória do PIS/Cofins Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso, criticou a Medida Provisória do PIS/Cofins - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Após críticas do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), sobre a Medida Provisória do PIS/Cofins, senadores aprovaram nesta terça-feira uma audiência pública com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para debater a norma.

A MP recebeu uma série de emendas (pedidos de alteração), batendo o recorde entre as medidas editadas pelo governo neste ano. Foram 249 emendas até a manhã desta terça-feira, a maioria delas protocoladas após a mensagem enviada por Vanderlan no grupo de WhatsApp que reúne os senadores do colegiado.

“Realmente precisamos nos posicionar contra essa MP. Não podemos aceitar essa investida que o Executivo está fazendo em relação ao Congresso” dizia o início da mensagem de Vanderlan enviada na segunda-feira para os colegas da comissão. “Essa MP não pode passar. Ela precisa ser devolvida e nós vamos nos posicionar sobre esse tema. Não pode sacrificar o país assim com objetivo único e exclusivo de aumentar violentamente a receita do governo”, seguiu o senador.

A medida gerou reações de empresários e parlamentares e levou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite de ontem. Pacheco disse a Lula que até esta terça-feira deverá tomar uma decisão sobre o que fazer com a MP, se irá devolvê-la ou não.

A insatisfação no Congresso em relação ao governo vai além da oposição com a edição dessa MP. Vanderlan, por exemplo, é do PSD, partido considerado como base do governo Lula, no comando de três ministérios na Esplanada (Minas e Energia, Agricultura e Pesca).

Pacheco manifestou sua “insatisfação” com o fato de o governo ter optado por tratar desse assunto por meio de uma MP, dispositivo que passa a vigorar imediatamente e, se não votado em quatro meses, perde a validade.

O senador alertou que, por esse caminho, não há, por exemplo, respeito à noventena — prazo de 90 dias para a medida entrar em vigor.

Vanderlan se reúne nesta manhã com representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA), acompanhado da senadora Tereza Cristina (PP-MS), para tratar do assunto. Além disso, parlamentares também debatem sobre o tema na Frente Parlamentar da Agropecuária, com outras bancadas do Congresso.

A intenção desse grupo é levar um manifesto a Pacheco e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pedindo a devolução da MP ou a instalação imediata de uma comissão mista para que a medida possa ser rejeitada.

Ontem, o PP apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a MP. Para a legenda, com a MP, "o atual planejamento financeiro das empresas sofrerá implicações instantâneas, comprometendo investimentos e corroborando para uma elevação da insegurança jurídica e de negócios no país".

O PP também alega que a medida "não possui qualquer relevância social e muito menos urgência", requisitos para a edição de uma MP.

Veja também

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app
trabalhadores

iFood lança portal de dados e diz que entregadores trabalham 31,1 horas mensais pelo app

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU
Inteligência Artificial

Desenvolvimento da IA não pode depender de "caprichos"do mercado, alertam especialistas da ONU

Newsletter