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Pix: a ferramenta que democratizou o sistema de pagamento; saiba mais

De acordo com o Banco Central, são mais de 120 milhões de usuários cadastrados

O PIX está cada vez com maior alcance entre os brasileiros, que fazem uso da forma de pagamento para facilitar suas transações financeirasO PIX está cada vez com maior alcance entre os brasileiros, que fazem uso da forma de pagamento para facilitar suas transações financeiras - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco)

O sistema Pix completou dois anos em outubro de 2022 e, no ano passado, registrou uma média de 66 milhões de transações diárias, segundo dados do Banco Central. O serviço de transferência imediata de valores conseguiu ultrapassar, em pouco tempo, as transações com cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques. A ferramenta conquistou o mercado financeiro e permitiu que milhões de pessoas tivessem acesso a serviços bancários, o que impulsionou a democratização do acesso a essas ferramentas. 

Foi em maio de 2018 que o Pix começou a ser oficialmente desenvolvido. Apesar de muitos não terem confiado na segurança do serviço na época do seu lançamento, com apenas seis meses, o Pix já havia conquistado a confiança de 76% dos brasileiros segundo dados da Capterra - plataforma de busca e comparação de softwares. 

“O Pix é um mecanismo muito rápido e ágil. Para que ele seja uma transação segura é necessário que o pagador obrigatoriamente verifique os dados do recebedor na hora que utilizar a chave informada”, explica o economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, João Rogério Filho. Ele ressalta que, no menor sinal de que esses dados não batem – como, por exemplo, o nome do receptor, a transação não deve ser feita. 

Para se proteger de golpes, é necessário se atentar a algumas questões, como configurar seus limites do Pix. Outra dica é que, caso vá fazer pagamentos, cadastrar uma nova chave ou realizar uma transação, só utilizar o aplicativo ou site oficial do seu banco. Evitar o clique em links por fora. Também é importante que o usuário não dê as suas informações pessoais por telefone. Na hora de usar o sistema fora de casa ou do trabalho, evite usar o wi-fi público. Por  fim, tenha cuidado com QR Codes falsos e sempre desconfie de pedidos de Pix recebidos pelo WhatsApp.

Uma alternativa para evitar golpes foi lançada pelo Banco Central em 2021. Através dela, a própria instituição financeira, em caso de suspeita de fraude, realiza o bloqueio do sistema por até 72h até que sejam concluídas a análise da situação. Os bancos são obrigados a alertar sobre esse bloqueio para o usuário, e notificar as chaves consideradas suspeitas para os outros bancos.

Hoje, pode-se dizer que grande parte da população já utiliza o Pix. De acordo com o Banco Central, são mais de 120 milhões de usuários cadastrados, cerca de 70% da população brasileira. Jovens entre 18 e 24 anos continuam sendo o maior público, porém 95% das pessoas entre 25 e 44 anos, e 65% de pessoas na faixa dos 60 anos também utilizam o método de pagamentos. 

Em 2022, o Banco Central apontou que do total de usuários do Pix, somente 8,9% eram idosos. No mesmo ano, o Pix só era aceito por 68% dos estabelecimentos comerciais segundo levantamento feito pelo banco UBS BB. Porém, em 2023, a mesma instituição garante que esse percentual aumentou para 96%.

“Ele é o mais acessível meio de pagamento já implantado no Sistema Financeiro Nacional. A identificação imediata do pagamento trouxe a possibilidade de pequenos comerciantes e prestadores de serviços poderem atender seus clientes sem que o mesmo tenha que pagar em espécie ou que haja preocupação com troco”, continua o economista João Rogério.

Porém, mesmo este modelo de pagamento estando em constante evolução, facilitando a vida dos usuários e com diversos sistemas antifraude, ainda há uma resistência por parte de donos de estabelecimento e também pelo público em geral. “Há alguma resistência daqueles mais conservadores. A própria demanda dos agentes econômicos tenderá a levar a uma maior adesão da sociedade. As pessoas perceberão rapidamente que estão perdendo oportunidades não utilizando esse meio de pagamento”, explica ele. Ele ressalta ainda que “a modernização do PIX partirá da interação dos usuários com esse meio de pagamento. O Banco Central estará sempre buscando aprimoramento do sistema, mas isso certamente se dará a partir da coleta de informação das experiências dos usuários, sendo certo que os Bancos terão importantíssimo papel nessa evolução”, conclui.

Na onda da democratização do acesso, os bancos - em parceria com o BC - seguem tentando implantar novidades que facilitem a vida de quem vai utilizar o serviço como o pagamento do Pix parcelado. De acordo com o economista, o cliente, no entanto, deve sempre estar atento a taxas de juros cobradas por transações que não sejam de débito à vista, pois normalmente esse custo é muito alto. 

Além disso, o Banco Central continua modernizando o sistema de pagamentos instantâneos e, em 2023, lançou novidades como o fim do limite no valor da transação em que somente o teto diário foi mantido. Também houve mudança no período noturno – que antes ia das 20h às 06h e, agora, poderá ser das 22h às 06h por critério do usuário. Foram implementados novos valores para Pix Saque e Pix Troco que ficaram em R$3 mil no horário diurno e R$1 mil, no noturno e, por fim, a exclusão do limite nas transferências por Pix para contas empresariais.

Para os curiosos de plantão, o Pix não foi o primeiro formato de pagamento instantâneo do mundo. Antes dele foi criado o Zelle em 2016 nos Estados Unidos. No mesmo ano, a Índia lançou o UPI (Unified Payments Interface). Na Europa, no ano seguinte, foi lançado o SEPA (Single Euro Payments Area). O México também possui um sistema de pagamento instantâneo, o chamado CoDi, lançado em outubro de 2019. Além deles, há sistemas similares em quase 50 países como Reino Unido, Austrália e China.

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