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Black Friday

Planejamento e Cautela para aproveitar a Black Friday

Com a chegada da data, o comércio se prepara para as vendas, mas consumidores precisam estar atentos

Black Friday: planejamento é essencial para compras na data; confira dicas Black Friday: planejamento é essencial para compras na data; confira dicas  - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Este ano, 62,4% dos consumidores pretendem ir às compras no período de Black Friday, motivados pelas ofertas prometidas de acordo com pesquisa realizada pela Fecomercio-PE. No entanto, para aproveitar o período, é preciso planejar e escolher os produtos que farão da lista de desejos nesta temporada. Especialistas aconselham que outro cuidado necessário é montar um orçamento e ficar atento aos preços mesmo antes da liquidação.

Sobre as motivações que levam o consumidor às lojas no fim do mês de novembro, quando são praticados os descontos da Black Friday, 31,8% dos entrevistados disseram que é a possibilidade de antecipação das compras para o Natal e Ano Novo. E a oportunidade de adquirir algum produto desejado ao longo do ano é a razão para outros 30,4%.

Ainda sobre os dados da pesquisa Fecomercio, o estudo também apontou os locais que serão escolhidos pelos consumidores pernambucanos na hora de economizar com os preços baixos do próximo dia 29. De acordo com o levantamento, os preferidos são o comércio tradicional (43,1%) e shoppings (42%). Logo depois, vem o e-commerce com 37,6%. 

Segundo a Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), as vendas do final de ano, incluindo Black Friday e Natal, devem representar um incremento em torno de 8% em relação ao ano anterior. Já no levantamento da entidade que representa o setor de comércio online, a ABComm, o setor espera faturar cerca de R$ 7,93 bilhões na Black Friday 2024. A projeção representa um aumento de 10,28% comparada com os resultados do ano de 2023. 


Mas com o grande volume de ofertas ocasionado pela época positiva para o comércio, algumas medidas precisam ser tomadas por parte do consumidor para não cair em golpes ou enganações. Para o consultor e planejador financeiro Carlos Castro, as compras para a Black Friday devem ser acompanhadas de cautela, apesar da empolgação com os descontos. Castro alerta que é fundamental que haja uma pesquisa dos preços praticados na venda do produto ao longo do ano, a fim de garantir que a porcentagem de desconto prometida pela loja esteja sendo cumprida, garantindo assim a economia no valor final. 

O Procon Pernambuco alerta que é necessário tomar cuidado com preços muito irreais divulgados como descontos da Black Friday. Preços muito abaixo da média da maioria das lojas têm alto risco de se tratar de um golpe, principalmente em lojas online. Ewerton Farias, gerente de atendimento do Procon-PE, também aconselha pesquisar os valores dos itens em várias lojas para garantir o menor preço. 

“A principal dica é fazer uma lista do que deseja comprar. Isso vai fazer com que o consumidor não compre por impulso e também consiga monitorar aqueles itens que deseja comprar no momento da Black Friday. Então a análise tem que ser feita em lojas físicas e virtuais”, aconselhou o representante. Já o advogado especialista em direito do consumidor Fábio Gonçalves fala sobre algumas práticas abusivas tomadas por algumas lojas online, às quais o consumidor deve ficar atento. 

“Nas compras digitais, é comum que seja apresentado um preço atrativo na página inicial do produto mas ao adicionar o item no carrinho o valor final pode ser diferente, que geralmente é mais alto”, alerta o advogado sobre propagandas enganosas no período. Outra ação praticada pelos sites de vendas é transferir o valor do desconto do produto para o custo do frete, sendo outro ponto que precisa ser visto na hora de finalizar a compra. 

“A loja oferece um produto com um grande desconto que parece uma excelente oferta, no entanto, ao calcular o valor total com o preço do frete, a soma ultrapassa o valor que foi descontado. O truque é uma forma da loja recuperar o valor que aparentemente foi descontado no item, fazendo com que o consumidor acabe pagando praticamente o mesmo preço de antes, ou até mais caro”, afirma o advogado.

Gonçalves também alerta para o momento do pagamento com cartões de crédito. É sempre recomendado que o comprador opte pela versão virtual do cartão, aquelas que são geradas no aplicativo do banco exclusivamente para transações on-line para garantir a segurança dos dados. Além disso, a escolha por sites confiáveis é essencial para assegurar o momento da aquisição. 

Reiterando a importância de monitorar os preços ao longo do ano, o advogado levanta outro costume prejudicial ao consumidor por parte dos estabelecimentos, tanto virtuais quanto físicos, nos momentos que antecedem o período de promoções. “Algumas lojas podem aumentar o preço dos produtos semanas antes do evento para que durante a promoção esses produtos sejam vendidos com desconto que, na verdade, só os trazem de volta o preço original. Essa prática cria a ilusão de que o consumidor está fazendo uma grande economia quando só está comprando com o preço antigo”, alerta.

E antes mesmo de ir às lojas ou abrir os sites de compras, é de suma importância que um planejamento financeiro seja construído para evitar dívidas e demasias com a época de promoções, balanceando o desejo de consumo e preservando a saúde financeira futura. A vendedora Geane Celestino, 31 anos, é um exemplo de consumidor que espera o dia de promoções para economizar e comprar os itens que deseja durante o ano. Ela diz que todos os anos, “elenca os produtos para comprar na sexta-feira de descontos”. “Sempre acabo levando algo a mais, porém dentro do orçamento estabelecido”. Ela também reserva parte do 13º salário para as compras de fim de ano. 

O economista e consultor financeiro Werson Kaval afirma que, nessa época, o comprador recebe muitos estímulos do comércio, grandes promoções e ações de marketing podem fazer com que o cliente passe do ponto na hora de gastar. Por isso, estabelecer um teto de gastos é indispensável para não gerar dívidas para o consumidor. E ainda é importante que as compras sejam feitas de forma alinhada com a capacidade financeira do comprador.

Sobre a forma de pagamento, é ideal que os produtos sejam pagos à vista, evitando parcelas futuras que prejudiquem a saúde financeira dos meses posteriores. Porém, o consultor afirma que para o caso de necessidade de parcelamento das compras, que o valor mensal pago seja calculado e analisado pensando nos meses seguintes.

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