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Shein

Com planos de abrir capital na Bolsa de Londres, Shein contrata ex-UE contra "taxa das blusinhas"

Companhia enfrenta obstáculos no continente, como plano da UE de acabar com isenção de impostos de importação para produtos de até 150

SheinShein - Foto: Jade Gao / AFP

A varejista on-line chinesa Shein recrutou um antigo alto funcionário da União Europeia para reforçar os seus esforços de lobby na região, assumindo uma postura mais ativa em relação ao possível escrutínio regulamentar, enquanto planeja uma abertura de capital na bolsa de Londres.

A varejista de moda on-line contratou o ex-comissário de orçamento da União Europeia (UE) Guenther Oettinger como consultor para ajudar a navegar no ambiente de políticas do bloco, um representante da empresa disse à Bloomberg News.

A UE está avançando em planos para eliminar a brecha que exclui itens avaliados abaixo de € 150 (US$ 164 ou R$ 895) dos impostos de importação, uma vez que os varejistas locais enfrentam uma concorrência crescente de produtos chineses baratos enviados para o bloco.

É um movimento parecido ao que se deu recentemente no Brasil, com o Congresso aprovando o fim da isenção tributária para produtos importados vendidos por plataformas digitais no valor de até US$ 50. A cobrança do imposto para todos os produtos foi apelidada de “taxa das blusinhas”.

Além disso, a Shein enfrenta uma série de questões, incluindo o debate se deve ou não impor taxas alfandegárias a encomendas baratas — um potencial divisor de águas para a Shein e outros varejistas on-line de baixo custo como a Temu, da PDD Holdings.

A Comissão Europeia tem mantido a indústria da moda ultrarrápida na mira desde 2021, quando a presidente Ursula von der Leyen denunciou-o como “tóxico” devido ao impacto ambiental de roupas baratas e descartáveis. Isso não impediu a Shein de promover uma grande expansão europeia, e preparar uma oferta pública inicial que poderia avaliar a empresa em cerca de £50 bilhões (US$ 64 bilhões ou R$ 350 bilhões).

Gafe envolvendo chineses
Oettinger, que é um membro sênior do partido conservador alemão CDU e faz parte do conselho consultivo da consultoria Kekst CNC, enfrentou críticas no passado por falas depreciativas sobre o povo chinês. Em 2016, pediu desculpas pelos comentários que criaram “sentimentos ruins” em um discurso para líderes empresariais.

Antes de ingressar no setor privado, ele ocupou vários cargos de liderança na UE entre 2010 e 2019, incluindo o de Comissário Europeu para Energia, Economia e Sociedade Digitais e, finalmente, para Orçamento e Recursos Humanos.

A Kekst CNC não comentou. Porta-vozes da escola de negócios alemã EBS Universität, onde Oettinger é presidente, e da CDU em sua região natal não responderam a um pedido de comentário.

Fundada na China e agora sediada em Cingapura, a Shein se tornou uma das startups mais valiosas do mundo, graças ao modelo de moda de alto volume e ultrabarato. Seu sucesso fenomenal atraiu a concorrência de empresas como o TikTok, da ByteDance, e da Temu, mas também gerou críticas de vários lados.

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