Pode ser que não tenha reajuste para servidor, diz Bolsonaro
O presidente disse que apela para a sensibilidade dos profissionais e que não há espaço no Orçamento
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesse sábado (8) que o governo pode não conceder aumento a servidores este ano. No momento em que parte das categorias se mobiliza por reajustes e que auditores da Receita Federal fazem operação padrão, o presidente disse que apela para a sensibilidade dos profissionais e que não há espaço no Orçamento.
"Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram 'eu também quero'. E veio essa onda toda", afirmou ontem, ao participar de uma festa de aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco.
A reivindicação de reajustes entre servidores se multiplicou depois que o presidente pediu que fosse incluída previsão no Orçamento para reajuste das categorias de segurança, que fazem parte da base de apoio de Bolsonaro.
Bolsonaro destacou que os servidores estão sem reajustes há três anos e que foram afetados pela Reforma da Previdência: "Eu só apelo para a sensibilidade. (...) Não tem espaço no Orçamento neste momento. Você vê a dificuldade de negociar os precatórios (em referência à PEC dos Precatórios) para poder dar o Auxíio. Agora, estamos prontos para conversar. Pode ser (que não tenha reajuste para nenhum servidor). Tudo é possível".
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O presidente afirmou estar ciente do aumento de preços durante a pandemia e da perda de poder aquisitivo. Ele citou itens como alimentos e energia elétrica e reforçou que se trata de uma escalada de preços em todo o mundo.
"O Brasil está indo bem, apesar dos problemas. Agora, se cada um quiser resolver o seu lado, nós podemos simplesmente explodir o Brasil e não resolver absolutamente nada", afirmou.
As declarações do presidente acontecem na mesma semana em que importadores de combustíveis enviaram uma carta ao governo alertando para o risco pontual de desabastecimento em razão da demora para liberar os produtos.
O prazo passou de um a dois dias para mais de dez dias em razão da operação padrão de auditores da Receita Federal, que cobram a regulamentação de um bônus de cerca de R$ 3 mil.
Na quinta-feira, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o chamado tribunal da Receita, suspendeu parte das sessões da próxima semana por falta de quórum depois que servidores entregaram cargos como parte da campanha por salários. O Carf julga causas tributárias entre contribuintes e União.