Por baixa procura, Petrobras estende prazo de venda de Abreu e Lima e mais duas refinarias
Prazo terminaria nesta sexta (15). Para analistas, tentativas de ingerência política afastam investidores
A Petrobras informou na manhã desta sexta-feira (15) que estendeu o prazo, que terminaria hoje, para interessados participarem nos processos de venda de três refinarias: a Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; a Presidente Getulio Vargas (Repar), no Paraná; e a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, bem como os ativos logísticos integrados a essas refinarias.
Segundo a estatal, os potenciais compradores agora terão até 29 de julho de 2022 para manifestar interesse em participar dos processos de venda, devendo assinar o Acordo de Confidencialidade e a Declaração de Conformidade até 12 de agosto de 2022.
Segundo fontes, tem sido pouco o interesse pelas refinarias, com poucas ofertas ou a preços considerados baixos. Analistas avaliam que as tentativas do governo de Jair Bolsonaro de fazer ingerência política na estatal, além das pressões por controle de preços nos combustíveis, afastam os investidores.
Leia também
• Petrobras: Comitê considera inelegíveis dois nomes indicados pelo governo para conselho da estatal
• Refinaria privada da Bahia também aumenta preços do diesel
• Ipojuca será sede da filial da 2ª maior refinaria do Brasil
O processo de venda dessas unidades estava parado desde 2021, após o baixo interesse das empresas pelos ativos. O plano de desinvestimento em refino da Petrobras representa, aproximadamente, 50% da capacidade de refino nacional, totalizando 1,1 milhão de barris por dia de petróleo processado.
Das oito unidades colocadas à venda, metade ainda não saiu do papel. A refinaria da Bahia, que responde por cerca de 10% da capacidade de refino do país, foi a maior já vendida, para o fundo árabe Mubadala.
No caso da Rnest, a intenção da Petrobras é vender, além da unidade de refino, oleodutos e um terminal. A empresa estuda iniciar investimentos para a concluir a segunda unidade de refino. Segundo fontes, o baixo interesse do mercado ocorre porque apenas a primeira unidade de refino não compensa o investimento.
Segunda uma fonte, a Petrobras tem pressa para finalizar as vendas das refinarias. Isso porque o prazo original acordado com o Cade, que regula a concorrência, para vender as unidades acabou no fim do ano passado e foi renegociado, mas o calendário foi mantido em segredo.